Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Crédito

Crédito mundial encolhe

<p>US$ 6 trilhões desapareceram das linhas de créditos no último ano. Buraco no financiamento das exportações chegou a US$ 100 bilhões, diz OMC.</p>

O Banco de Compensações Internacionais (BIS) mostrou que, apesar dos esforços dos governos para recuperar os bancos, com a injeção de grandes somas, US$ 6 trilhões desapareceram das linhas de créditos nos últimos 12 meses no mundo.

O Brasil foi o membro do grupo Bric – que inclui Rússia, Índia e China – com maior retração de crédito de bancos estrangeiros este ano. De janeiro a junho, sumiram US$ 13,4 bilhões. Na Rússia, foram US$ 12,9 bilhões; na China, US$ 11,9 bilhões; na Índia, US$ 3,5 bilhões.

Em compensação, os empréstimos para as empresas no Brasil subiram US$ 790 milhões no mesmo período, revertendo a tendência de meses anteriores. Grande parte da queda no Brasil ocorreu pelo congelamento do crédito entre bancos.

Volume de crédito – Em dezembro de 2007, o volume de crédito, empréstimos e seguros para o Brasil era de US$ 157,2 bilhões, caindo para US$ 155 bilhões em dezembro de 2008 e para US$ 140 bilhões em março deste ano.

Os bancos internacionais chegaram a março com uma exposição no Brasil de US$ 284,2 bilhões – incluindo empréstimos e outras atividades, como seguros. Os europeus são os mais expostos, com US$ 212 bilhões. Os americanos têm exposição de US$ 41 bilhões. Três meses antes, a exposição dos bancos estrangeiros era de US$ 273,2 bilhões.

Entre janeiro e março, os empréstimos feitos por bancos despencaram no mundo em US$ 1,5 trilhão, cerca de 4%. Nesse caso, o BIS também aponta que o ritmo da queda foi menor que nos três meses anteriores, quando a retração foi a maior em 30 anos. Entre outubro e dezembro, a queda havia sido de US$ 1,9 trilhão.

Se a variação cambial for descontada, a queda nos primeiros três meses de 2009 foi de US$ 700 bilhões. Em um ano, chegou a US$ 3,3 trilhões. Ainda assim, é considerado preocupante e dando sinais de que o fluxo de empréstimos não foi retomado.

Desde as primeiras semanas da crise, os governos passaram a estimular empréstimos entre bancos. A seca no fluxo ocorreu diante da constatação de que ninguém sabia exatamente que risco corria ao fazer o empréstimo.

Uma série de medida foram tomadas, incluindo a criação de fundos para países emergentes que ficaram sem acesso a créditos. No comércio exterior, a estimativa da Organização Mundial do Comércio (OMC) é que o buraco no financiamento das exportações chegou a US$ 100 bilhões.

Mas os dados divulgados pelo BIS apontam que a retração continuou pelo menos até março. Os empréstimos passaram de US$ 35,8 trilhões em março de 2008 para US$ 29,4 trilhões em março deste ano. A queda no fluxo aos mercados emergentes foi de US$ 134 bilhões apenas nos primeiros três meses do ano.

Nos últimos 30 anos, o fluxo de créditos entre bancos teve aumento exponencial. Mas a tendência foi freada com a quebra do Lehman Brothers.

América Latina – A queda dos empréstimos de bancos estrangeiros no Brasil foi a maior da América Latina (US$ 22,8 bilhões). A redução na região, porém, foi menor que a do último trimestre de 2008, de US$ 45 bilhões. No Chile, os empréstimos já aumentaram US$ 1,2 bilhão, depois de uma redução de US$ 3,8 bilhões no trimestre anterior.