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Economia

Crédito para agricultura

<p>Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciará recursos comerciais na segunda-feira.</p>

Recursos para a agricultura comercial serão anunciados oficialmente nesta segunda-feiraDaqui a três dias, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciará em Londrina, no Paraná, o reforço de R$ 28 bilhões no Plano Safra 2009/2010 da agricultura empresarial em relação ao ciclo anterior.

O valor a ser liberado chegará a R$ 93 bilhões. Mas de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 94 mil produtores rurais tiveram os riscos agravados ao renegociarem as dívidas e não terão condições de adquirir novos empréstimos. Para o setor privado, não basta que o governo apenas anuncie novos recursos, é preciso dar condições para que os produtores consigam de fato acessar os financiamentos.- O que nós vemos hoje na aplicação do crédito rural é o elevado grau de risco que alguns produtores tomaram em função das sucessivas prorrogações que nós tivemos. Hoje, dos R$ 106 bilhões que é a carteira total de crédito rural no Brasil, em torno de 14% tem algum risco agravado. Isso envolve em torno de 94 mil produtores, que não terão acesso à próxima safra se não for tomada alguma medida de forma a mitigar esses riscos – afirma a assessora técnica da CNA, Rosemeire dos Santos.O próprio vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto, defende uma revisão na legislação que regulamenta o financiamento bancário, por tratar de forma igual os riscos de operações comerciais correntes e das operações de crédito aos produtores rurais.

As entidades do setor produtivo queriam do governo R$ 120 bilhões a serem aplicados em empréstimos para a próxima safra da agricultura empresarial, que tem um custo aproximado de R$ 150 bilhões, mas conseguiram do Executivo a indicação de R$ 93 bilhões. Só que parte desses recursos, R$ 12,3 bilhões, vai ser direcionada para as agroindústrias. O analista de mercado da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Gustavo Prado, considera a decisão acertada. “Essa medida de socorro é para os frigoríficos e para as agroindústrias. Acho que essa matéria editada pelo governo é necessária porque o produtor também depende da agroindústria. Ou seja, é uma ajuda para depois da porteira a fim de dar um fôlego em todos os elos da cadeia produtiva.A crise financeira mundial e o medo de calote acertaram em cheio a oferta de crédito para a agricultura. Nesta safra que já está quase no fim, os desembolsos estão 21% abaixo do normal, quando comparados com safras anteriores”.

Levantamento do Banco Central e da Associação dos Bancos mostra que, até abril, dos R$ 78 bilhões disponibilizados para esta safra, incluindo os R$ 13 bilhões da agricultura familiar, apenas R$ 57 bilhões foram liberados até abril de 2009 – afirma o analista Gustavo Prado.Os produtores rurais também reivindicam o recuo dos juros do crédito rural hoje estabelecidos em 6,75% ao ano.No Plano Safra da Agricultura Familiar, a previsão é de que os pequenos agricultores tenham acesso a R$ 15 bilhões em empréstimos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Serão R$ 2 bilhões a mais do que o liberado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário na última safra. Para o Estado a deverão ser R$ 3,4 bilhões.