Redação (19/03/2009) – O presidente do Banco do Brasil, Antonio Lima Neto, alertou na última quarta-feira (18) durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para a necessidade de formatação de uma nova política de crédito rural para o País. Segundo ele, se não houver mudanças, há risco de estrangulamento do crédito "lá na frente". Ele destacou que a política atual de crédito rural tem normativos da época de 60 e 70.
Lima Neto informou que o governo montou um grupo de trabalho com participações dos ministérios da Agricultura e Fazenda e o Banco do Brasil para estudar a reformulação da política agrícola. Ele destacou as dificuldades de provisionamento do crédito rural e lembrou que não pode existir uma forma discricionária com os bancos fazendo este provisionamento caso a caso. "Não adianta ficar provisionando caso a caso. Hoje piorou, amanhã melhorou, e ficar mudando a provisão a seu bel prazer", afirmou. Ele disse que é necessário um padrão de provisionamento definido com racionalidade e duração por um certo período.
Segundo Lima Neto, as safras agrícolas de 2005 e de 2006, anos de crise do setor, estão se refletindo no agravamento de risco do crédito atual. Para ele, é preciso compreender, ao formatar essa nova política, os ciclos bons e os "não tão bons". A estratégia do banco, explicou ele, é que a formatação de limite de crédito atenda o máximo de produtores mas, ao mesmo tempo, não haja preconceito de analisar caso a caso.