Criadores de suínos de Santa Catarina vivem um excelente momento. Depois de alguns anos no sufoco, o preço da ração caiu e a atividade voltou a ser compensadora. A carne de porco tem um vasto caminho para percorrer, como já aconteceu com o frango e com a carne bovina. O porco no Brasil é criado perto de onde são produzidos os alimentos que ele come e tem boas condições para aumentar a produção e a exportação.
Na granja que fica em Arvoredo, oeste de Santa Catarina, Silvino Barotto engorda pouco mais de mil suínos. Ele é um criador integrado da Cooperativa Aurora. Recebe os leitões e a ração da cooperativa. Os animais são entregues na propriedade pela integradora pesando 22 quilos e, 110 dias depois, seguem para o abate pesando em torno de 115 quilos cada. O criador está recebendo R$ 3 por quilo. Por lote, tem recebido em média R$ 18 mil.
O lucro com a atividade fez o filho mais velho deixar a cidade e voltar a viver no campo. Marcos Barotto largou o emprego de motorista para criar porco. A família está investindo R$ 420 mil na ampliação da granja. Vão dobrar a produção e Marcos vai ficar responsável por cuidar as novas instalações.
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O criador Neuri Meneguzzi é dono de uma granja de ciclo completo no mesmo município. Ele cria, engorda e vende os animais por conta própria. Hoje tem 250 suínos na engorda. Ele conta que a situação atual nem se compara a de dois anos atrás. Na época a saca de milho passou de R$ 30 na região e recebia em torno de R$ 2 pelo quilo do suíno. Hoje o milho é vendido por R$ 23 a saca e ele consegue até R$ 3,50 pelo quilo do suíno.
O diretor da Cooperativa Aurora, Marcos Zordan, lista os motivos para o bom preço dos suínos. “A abertura de alguns mercados sem dúvida ajuda. Um bom mercado de natalinos. A parte de produção muito bem equilibrada. Houve antecipação de abate no final de 2013 pelo aumento das vendas. Tudo isso veio, de uma forma ou de outra, tornar esse mercado bastante firme numa época em que normalmente não é.”
O que também está animando o setor são as exportações para o mercado japonês. Santa Catarina é o único estado habilitado a exportar para lá. Os produtos enviados nessa semana começaram a ser negociados há mais de um ano. O cliente japonês só efetivou a compra após três visitas à agroindústria. Foi preciso adequar os cortes e as embalagens. O frigorífico contratou 36 pessoas só para cuidar das encomendas do Japão.
A Aurora, que enviou cinco contêineres de carne suína para o Japão em 2013, espera exportar 300 contêineres até o final do ano. O governo de Santa Catarina espera exportar 80 mil toneladas de carne suína para o Japão em 2014.
