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Economia

Crise da Suinocultura gera desemprego e desaceleração da economia em Santa Catarina

TV ACCS apresenta a 2ª Reportagem da Série: A realidade das Minintegradoras de SC.

Crise da Suinocultura gera desemprego e desaceleração da economia em Santa Catarina

Alta capacidade para gerar empregos, renda.  As Minintegradoras de suínos surgiram aos poucos no Brasil, incentivadas pela forte pressão de mercado proveniente das grandes indústrias. Em Santa Catarina, as minitegradoras se desenvolveram e hoje tentam sobreviver para manter centenas de famílias. “Estamos na atividade há 34 anos, sempre conduzimos integrados e funcionários. A maioria deles integramos ou contratamos após o desligamento deles às agroindústrias”, descreve o empresário de uma Minintegradora de Suínos, Jacob Biondo (suinocultor).

A visão de mercado dos produtores independentes hoje, através das minintegradoras, acompanha as dificuldades enfrentadas pelo setor. Obrigados a desligar parte das famílias integradas essas empresas estão em pleno ritmo de desaceleração. “Tivemos que abandonar praticamente 60% ou 70% da produção devido à crise na suinocultura, que se arrasta há alguns anos, e atinge principalmente os produtores do setor independente”, comenta Biondo.

Estamos no município de Seara (SC), que possui quase que 100 % de sua economia voltada à suinocultura através da produção de alimentos. Por aqui, a economia sente intensamente os reflexos da falta de capitalização e a falência do suinocultor. Estão sobrando apenas os produtores integrados as grandes indústrias. O equilíbrio proporcionado antes pelo setor independente trás inúmeros prejuízos. “Na minha visão, o independente ajuda a movimentar o comércio, as empresas, considero como o pino central da economia dessa região. Mas quando nós, independentes, buscamos recursos ou ajuda as dificuldades para liberação são inúmeras”, destaca.

 Artelindo Cerutti é produtor de suínos e vive instavelmente. Ele era integrado a uma grande agroindústria, mas foi desligado devido à falta de capacidade para ampliar a produção.  Biondo integrou Cerutti a minintegradora, mas não conseguiu manter a parceria devido à crise da atividade. “Estou pensando em deixar a suinocultura, pois não dá mais para sobreviver nesta instabilidade”, lamenta Cerutti.

 Esse cenário é comum em Santa Catarina. Por aqui, a crise está selecionando o setor.  Mas, não é uma seleção natural, é uma seleção brusca, que barra o desenvolvimento de cidades e regiões. “Temos que largar, não dá mais para continuar assim. Não temos mais recursos. Falta consideração do mercado e do governo. Inclusive, não existe o mínimo de interesse pela suinocultura apenas para incentivar a venda de carros, geladeiras e televisão a história é outra”.

Incentivo e auxilio para a suinocultura é o que o setor precisa para tentar se manter  vivo.Essa Minintegradora de Seara possui hoje cerca de duas mil matrizes em produção. Antes de 2010 eram cinco mil. Os irmãos Biondo coordenam os trabalhos, e jamais esperavam passar por uma situação como essa. O exemplo é a estrutura de um silo com capacidade de estocar 30 mil sacas de milho, mas que há dois anos está vazio. “Simplesmente vazio, pois não há condições financeiras de comprar insumos para estocar, já que os preços estão elevados demais. O que chega na empresa vai direto para o consumo diário”, reforça Biondo.

O preço final do milho chega a essa minintegradora no valor de R$ 35,00 a saca. Inviabilidade que não permite o estoque. A grande dificuldade da empresa, assim como as demais, também é a baixa disponibilização de insumo por parte da Conab. Os produtores afirmam ser praticamente zero a quantidade, insuficiente para um dia de alimentação dos animais.

Mas enquanto o financeiro da empresa não contribui para o desenvolvimento, refletindo o mercado. Os suinocultores não deixam de cumprir com suas obrigações. Tratar de Meio Ambiente é uma prova.  Investimentos em cima de investimentos, para ver agora as estruturas sendo abandonadas aos poucos. A minintegradora de Seara possui biodigestores e está preocupada em manter o bem-estar dos animais.  O problema está no bem-estar das pessoas envolvidas, aquelas que estão sem rumo para seguir. “Muitas propriedades são abandonadas, apodrecendo sem utilidade alguma e isso dói na alma da gente. Para o futuro, se não houver mudança no setor, estaremos perdidos”, completa Cerutti.

Assista:
http://www.accs.org.br/tv.php?id=108

E na próxima reportagem da série, conheça a minintegradora que segura as pontas devido a força que a família possui.