O suinocultor Claimor Bottin desativou uma das três unidades da granja que fica em Francisco Beltrão e dispensou dois funcionários. Ele mantinha sete mil animais, mas pretende ficar com apenas quatro mil até outubro.
Para reduzir a produção, o suinocultor está se desfazendo das matrizes reprodutoras. Mais um prejuízo, já que as porcas de alta genética valem cerca de R$ 1.500. Hoje, o produtor mal consegue vendê-las para o frigorífico por menos de R$ 500.
A estimativa da Associação Paranaense de Suinocultura é que até o fim do ano, o estado descarte 20 mil matrizes de um total de 270 mil.
Os vilões da história são o milho e o farelo de soja, que juntos representam 80% da alimentação dos suínos. Os preços dos grãos não param de subir. A tonelada do farelo passou de R$ 700 para mais de R$ 1.400. O milho tem atingido preços recordes de até R$ 32 a saca de 60 quilos.
A crise também chegou aos produtores integrados, que têm contrato direto com as grandes indústrias do setor. Quatro frigoríficos do Paraná já fizeram cortes. Há produtor que teve o contrato cancelado com o frigorífico e agora não tem para quem vender o plantel.
A insegurança dos produtores também é sentida pelos donos de um frigorífico em Itaipulândia. Eles continuam abatendo dois mil suínos por dia, mas os prejuízos são grandes. “As dívidas estão se acumulando e estamos bastante preocupados”, conta Egídio Valiati, proprietário do frigorífico Friella.