A crise política na Ucrânia e as manobras russas consequentes desta turbulência têm afetado os mercados financeiros globais. Considerando que os dois países são consumidores da carne suína nacional, questiona-se: Esta crise pode afetar as exportações do produto brasileiro? Para Jurandi Machado, diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), a resposta é não. No caso da Ucrânia, Machado explica que desde outubro de 2013 as exportações para o país registram quedas consecutivas e não há sinais de que a situação seja revertida. Em janeiro, por exemplo, foram enviadas para aquele mercado apenas 244 toneladas, que resultou em um faturamento de US$ 815 mil. A retração em volume foi de 96,31% e, em receita, de 95,46%, ante janeiro de 2013. “A crise instaurada na Ucrânia dificilmente terá algum tipo de respingo no mercado suinícola brasileiro, uma vez que os embarques de carne suína para o país estão reduzidos e representam pouco no contexto geral das exportações”, afirma o diretor da Abipecs.
Já no caso da Rússia, Jurandi sinaliza que as exportações de carne suína estão crescendo e devem seguir tendência ascendente para os próximos meses de 2014. Em janeiro, por exemplo, os embarques para a Rússia somaram 12.051 t e US$ 37,34 milhões em janeiro, um aumento de 0,93% em volume e 6,79% em valor, na comparação com janeiro de 2013. “Apesar de toda essa crise, o mercado russo precisa de nosso produto, ainda mais depois que focos de peste suína africana foram registrados em alguns países da Europa. A Rússia proibiu a importação de carne de porco de todo o território da União Europeia e sua demanda por carne suína brasileira vai aumentar por conta disso”, explica.
Mercado Interno – Além de ressaltar que o conflito Ucrânia/Rússia não irá interferir nas exportações da carne suína brasileira, Machado pontua que o mercado interno brasileiro tem beneficiado bastante a suinocultura nacional. “Estamos com menor oferta, boa demanda e menor número de abates, fatores que mantêm os preços firmes no País. Estamos passando por um bom momento da suinocultura nacional”, finaliza o diretor de Mercado Interno da Abipecs.