Redação (18/09/06)- A partir de segunda-feira, dia 18, os sojicultores que quiserem financiar o custeio da safra 06/07 por meio do Banco do Brasil (BB) precisarão contratar o seguro agrícola para a lavoura. Escaparam da exigência os agricultores que tomaram o crédito junto ao agente financeiro entre 1 de setembro (quando os recursos para esta safra foram liberados) até o último dia 15.
O gerente de Agronegócio da Superintendência do Banco do Brasil em Mato Grosso, Olímpio Vasconcelos, destaca que os produtores poderão contratar o serviço de qualquer seguradora. Não precisa ser o nosso seguro. Mas para acessar os recursos do custeio o produtor precisará apresentar a apólice feita com a outra seguradora, diz.
Vasconcelos entende que o seguro rural é um instrumento importante para a proteção contra perdas. Ele não acredita que a medida vai limitar o acesso dos agricultores ao crédito e argumenta: Se os produtores entenderem que o seguro é necessário e que o custo é barato não haverá restrição na oferta de crédito.
O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) e coordenador da Comissão de Agricultura do Sindicato Rural de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), Ricardo Tomczyk, foi procurado para repercutir o assunto, mas não foi localizado. Ele não foi encontrado no escritório, em Rondonópolis, e o celular estava desligado.
Apesar de o Banco do Brasil operar o seguro rural há cerca de sete anos, em nível nacional, em Mato Grosso não há histórico de nenhuma contratação. Desde a última sexta-feira, os agricultores interessados em proteger as lavouras por meio do seguro agrícola com subvenção (ajuda) do governo federal têm a opção do Seguro Ouro Agrícola, oferecido pelo agente financeiro por meio dos Seguros Aliança do Brasil. A proteção chega ao valor da lavoura, com teto de R$ 1,2 milhão por produtor. É possível ainda contratar coberturas de 50%, 60% ou 70%, conforme a escolha do agricultor.
Anelize Moreno
Produtor terá adicional de 15% se contratar
De acordo com o Superintendente em exercício do Banco do Brasil (BB), Anízio Carossini, o produtor que contatar o seguro terá um crédito a mais de cerca de 15% na hora de fazer um financiamento pelo banco que analisará os créditos ativos. No caso da soja que tem teto de financiamento de R$ 300 mil, o produtor que optar pelo seguro terá o limite ampliado para R$ 345 mil. O produtor estará livre ainda para manter a praxe de completar seu financiamento com recursos complementares e Cédulas do Produto Rural (CPR). O seguro dará mais facilidade e garantias ao produtor que em caso de perda não pagará a conta sozinho, terá 50% do prejuízo pago pelo governo federal, aponta.
As taxas de juros para o seguro irão variar de acordo com a produção de cada município que terá alíquotas entre 1,5% à 9%, dependendo do risco, que quanto maior, maior será o juro.