O concorrido mercado de nutrição animal brasileiro vislumbrou uma nova faceta com a entrada da holandesa De Heus. Em pouco mais de um ano a empresa já fez aquisições e investimentos agressivos no País – mais de R$ 60 milhões. Entre os aportes feitos pela empresa, estão as aquisições da Nutrifarms – focada na produção de premix (pré-mistura de minerais e vitaminas usada na composição de rações) para o mercado suínos -, em agosto do ano passado, e da paranaense Romagnoli – especializada na produção de suplementos para gado de leite -, em abril de 2014. Em setembro, a De Heus ainda construiu uma fábrica voltada para a produção de suplementos minerais para gado de corte em Araçatuba (SP) e já planeja expansão, com metas ambiciosas, especialmente no mercado de suínos. De acordo com o diretor-presidente da De Heus no Brasil, Hermanus Wigman, a De Heus agora quer se posicionar entre as três principais empresas de nutrição para suínos no Brasil. “E para isso, já introduzimos no mercado um novo padrão de inteligência em nutrição animal”, argumenta Wigman, que não descarta investimentos em outras áreas, como a avícola. “A De Heus tem parte importante do seu negócio global e grande expertise na produção avícola, no entanto primeiro vamos consolidar na área atual para depois investir na avicultura”.
A avaliação das aquisições e investimentos feitos pela De Heus no Brasil, além das metas e planos para os próximos anos, foram abordados em entrevista concedida com exclusividade para Suinocultura Industrial. Os detalhes da conversa você acompanha a seguir.
Suinocultura Industrial- Após pouco mais de um ano de aquisição da Nutrifarms (foco em suínos), qual a avaliação que a De Heus faz da aquisição e de sua entrada no mercado nacional de nutrição animal?
Hermanus Wigman – Em um ano, conseguimos implantar as mudanças previstas para esta primeira etapa que resultam em mais qualidade de produtos e serviços para nossos clientes. Posso dizer que já somos uma nova empresa, com qualidade global.
Nossa avaliação sobre a aquisição é muito positiva já que a Nutrifarms já era uma boa empresa com importante penetração no mercado de suínos, nosso principal foco neste momento. O Brasil é um grande player mundial na produção de suínos, aves e bovinos e, assim, também um dos principais mercados para a nutrição animal. A De Heus, como empresa global com produção em 10 países e negócios em 50, considera sua participação no país como estratégica para os planos da empresa.
SI – Quais são as expectativas / planos da empresa para os próximos anos, em relação ao mercado suinícola?
Hermanus Wigman – Nossa expectativa para os próximos anos é nos posicionar entre as três principais empresas de nutrição para suínos no Brasil. Para isso, já introduzimos no mercado um novo padrão de inteligência em nutrição animal que vai além das rações, concentrados, núcleos e premixes; considera fatores como sanidade, manejo, gestão e genética por meio de serviços e suporte diferenciado. Para isso, implantamos o laboratório não somente para uso da empresa mas principalmente para suporte aos clientes, também uma fábrica de ração completa para leitões além de promover a expansão na capacidade produtiva.
SI – A empresa também comprou a paranaense Romagnoli – foco em gado de leite – e construiu fábrica em Araçatuba (SP) – com produção voltada para gado de corte. Há pretensão de entrar em algum outro mercado, como o de aves, por exemplo? Explique.
Hermanus Wigman – Sim, certamente. A De Heus tem parte importante do seu negócio global e grande expertise na produção avícola, no entanto primeiro vamos consolidar na área atual para depois investir na avicultura.
SI – No Brasil, quais são os planos da empresa para os próximos anos? Quais são as perspectivas da De Heus no mercado nacional no curto, médio e longo prazo?
Hermanus Wigman – Como disse, a De Heus Nutrifarms pretende desenvolver parcerias profundas e duradouras com os produtores brasileiros e, para isso, aposta em produtos e serviços diferenciados que trazem soluções completas de produtos e serviços pois consideram a nutrição e sua relação com outros fatores como sanidade, gestão, genética, manejo, etc. Para isto, no curto prazo estamos investindo na infraestrutura e toda atividade fabril com a automação e a implementação do sistema 100% restreado por código de barra. Também no curto prazo houve grande investimento nos recursos humanos em contratação e treinamentos, preparando a empresa para poder atender de forma diferenciada aos produtores. No médio prazo haverá o lançamento de diferentes linhas de produtos para atender as diferentes necessidades do mercado, a implantação do laboratório e o ingresso no mercado de aves poderá ocorrer com novas aquisições. Em longo prazo, o objetivo é tornar a De Heus uma das principais empresas de nutrição animal no Brasil.