Redação (15/09/2008)- Em 2005, o Estado de São Paulo foi penalizado, ficando proibido de vender carne à União Européia por causa dos focos de febre aftosa registrados no Paraná e no Mato Grosso do Sul. O embargo paulista terminou no dia 1º de julho e agora os criadores se adaptam às novas regras de mercado.
Os auditores da Coordenadoria de Defesa Agropecuária foram a uma propriedade em Paulínia. Eles querem entrar na lista de fazendas exportadoras de carne para a União Européia.
Os animais vão para o brete. Os auditores conferem a identificação do rebanho, que pode estar num brinco, botom ou no número marcado a ferro quente. O trabalho é por amostragem, com 600 animais.
Depois, na sede da fazenda, os auditores conferem se a identificação do animal tem relação com as características do registro no novo Sisbov, Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalino.
“Todos os dados que compõem um check list, se houver uma não-conformidade, ela já não está autorizada mais a vender para a União Européia”, explicou o veterinário Lúcio Roberto Leite.
Os agentes da Secretaria Estadual de Agricultura já percorreram 35 propriedades cadastradas no novo Sisbov. Outras 90 aguardam a realização deste trabalho para retomar as exportações.
A prioridade nas solicitações é para os grandes confinamentos e a auditoria deve ser realizada a cada seis meses.
A maior parte das propriedades autorizadas a exportar carne para a União Européia fica em Minas Gerais.
Das 195 fazendas habilitadas a exportar para a União Européia, cento e vinte estão em Minas Gerais.
Aprovado na auditoria realizada pelo Ministério da Agricultura, o pecuarista Narciso Ferreira, de Patos de Minas, no alto Paranaíba, comemora. Ele conseguiu 20% a mais na arroba do boi rastreado.
“Isso dá hoje aproximadamente em torno de R$ 150,00 por animal”, explicou Ferreira.
Se por um lado os produtores que tiveram as fazendas habilitadas para exportar estão conseguindo mais dinheiro na hora de vender o gado rastreado, do outro lado da cadeia os criadores também estão faturando mais na hora de vender os bezerros para a reposição das fazendas exportadoras. Esse reflexo pode ser visto nos leilões de cria e recria.
No leilão em Patos de Minas antes eram realizados dois leilões por mês. Agora, dobrou. São realizados quatro leilões. Bom para criadores como Antônio Queiroz. Por conta do aquecimento no mercado ele está ganhando 50% a mais na venda de bezerros.
“Nós estávamos vendendo bezerros em torno de R$ 400,00. Hoje, você vê em torno de R$ 600,00, bezerro de qualidade e bom. Bezerro que tem genética, realmente o mercado melhorou bastante”, concluiu Queiroz.