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Economia

Decisão do CMN sobre adiamento de dívidas é questionada pela Ubabef

Para entidade, a medida não deveria restringir-se somente aos produtores não integrados.

WL002144
WL002144

O presidente da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra, contra o fato de a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de prorrogar para 15 de fevereiro o pagamento de parcelas de dívidas vencidas, ou a vencer entre 1 de janeiro deste ano e 14 de fevereiro de 2013, restringir-se somente aos produtores não integrados.
 
Conforme explica o presidente da UBABEF, mais de 90% de todos os produtores do setor avícola brasileiro são integrados às agroindústrias.  A medida, nesse sentido, praticamente não tem efeito para reduzir o grave estado em que
se encontra grande parte dos avicultores do país.

 
“Só posso pensar que houve equívoco do CMN na percepção do setor avícola, no qual a maioria é de integrados. A medida deveria chegar não apenas a todos os produtores, como também à agroindústria, responsáveis por movimentar a cadeia produtiva. Na mais grave crise de nossa história, o governo federal tem se manifestado por medidas de apoio em conta-gotas, sem contundência, diferente do que vemos acontecer em outros setores não agropecuários nacionais”, protesta. 
 
Turra lembra o anúncio feito pelo governo no primeiro semestre deste ano sobre o Plano Brasil Maior, que originalmente trazia uma série de medidas de apoio ao setor industrial, porém sem qualquer medida voltada para a
agroindústria.
 
 “Somente em nosso setor são mais de 700 mil empregos diretos nas fábricas.  Quase 6 mil já foram perdidos, muitas empresas reduziram turnos, outras fecharam.  Já nos manifestamos em todos os órgãos e junto a todas as autoridades do governo, e não vemos uma sensibilização, de fato, sobre a gravidade de nossa situação.  Começamos a nos perguntar o que é preciso acontecer de mais grave para que nosso setor entre na pauta de decisões e investimentos do governo”, finaliza.