Redação SI 11/11/2005 – As exportações brasileiras de carne suína mantiveram em outubro o mesmo ritmo de crescimento verificado nos meses anteriores. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), os embarques cresceram 63% no acumulado de janeiro a outubro, somando US$ 1,01 bilhão. Até o mês de setembro, o crescimento era de 64%.
Em volume, as vendas aumentaram 27,4%, para 539,174 mil toneladas. Até setembro, o crescimento era de 25,3%. O preço médio no ano subiu 28,15%, para US$ 1.873 por tonelada.
Pedro de Camargo Neto, presidente-executivo da Abipecs, disse que a forte dependência em relação ao mercado russo continua sendo motivo de preocupação para o setor. No acumulado do ano, os embarques para a Rússia cresceram 87,5%, totalizando US$ 969,54 milhões. Com esse resultado, a participação do país em relação às vendas externas totais aumentou 5 pontos percentuais, para 69% do total.
Camargo Neto disse que o surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e as suspeitas sobre o Paraná não influenciaram no ritmo de vendas, já que o Mato Grosso do Sul tem participação pequena nas exportações. Além disso, as empresas que exportavam pelo Paraná se precaveram contra um possível resultado positivo e têm embarcado por Santa Catarina.
A maior preocupação, segundo ele, era o alongamento da greve dos fiscais agropecuários. “A greve tumultuou os embarques e o que o país deixar de exportar em novembro não poderá ser recuperado em dezembro”, disse. Neste mês, a Rússia eleva as compras para abastecer seu mercado no fim do ano e, em dezembro, fecha os portos por causa do inverno. “As empresas conseguiram liminares na Justiça mas não conseguem embarcar por falta de fiscais no porto”, observou.