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Deputado condena letargia do governo e alerta sobre quebra no setor de carnes

Segundo Kaefer, um setor desse aniquilado, leva seguramente mais de cinco anos para se recuperar.

Redação (19/03/2009)- A crise não é exclusividade brasileira, é mundial, mas a crítica do deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-BR) diz respeito às atitudes do governo ao tentar combatê-la com gestos lentos e insuficientes. Em reunião da comissão de agricultura na manhã da quarta-feira (18), o parlamentar relatou o tratamento que vem sendo dado principalmente ao segmento de carnes e enfatizou que, “um setor desse aniquilado, leva seguramente mais de cinco anos para se recuperar”.

Uma sucessão de desajustes transformou o cenário aparentemente estável do setor produtivo em um dominó de cortes nos preços, vendas e empregos. As empresas exportadoras sempre tiveram alguma posição de câmbio travada diante dos discursos do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, pois sempre afirmaram que o câmbio não tinha limite para queda.  Hoje, o discurso virou um trava língua para o governo e bastou o terremoto nas finanças das potências e o setor bancário privado brasileiro saiu de cena e, de acordo com Kaefer, não há crédito de espécie alguma.

Denuncia o deputado tucano que os bancos oficiais não estão preparados para dar suporte ao capital de giro das empresas. “Você vai ao BNDS, que é uma estrutura que lhe dará recursos para longo prazo, para estruturar apenas operações de investimentos. Já no Banco do Brasil é dominado por uma ditadura de crédito, que olha o balanço das empresas com uma visão tacanha, não vê se têm seis mil funcionários, centenas de produtores envolvidos. E se essas empresas tiverem problemas, milhares estarão perdendo suas atividades”, lamenta o parlamentar paranaense.

SADIA x PERDIGÃO
Ainda durante a reunião da comissão de agricultura, Alfredo Kaefer destacou a notícia estampada nos principais cadernos econômicos do país sobre a possibilidade da fusão entre a Sadia e a Perdigão, que encontram assim, um escape para enfrentar os obstáculos impostos pela falta de atitude do governo no enfrentamento à crise.

“A Sadia é referencial no setor de frangos e está passando por dificuldades. Isso é bom para uma empresa que tem uma história no agronegócio e que gera mais de 40 mil empregos? Claro que não. Bastaria o governo chegar e dizer ‘precisa de um aporte?’ e teríamos opções para evitar tamanha dificuldade”, defende Kaefer.

O parlamentar ainda destacou outro caso em São Paulo. “A Coperfrango, que é empresa séria e tradicional, sucumbiu demitindo 1.200 funcionários porque não teve mais como tocar suas operações e assim temos dezenas de empresas. Se o governo não fizer alguma coisa através dos bancos oficiais vão todas sucumbir”, alertou o deputado e representante do setor produtivo, advertindo parlamentares que é preciso sair do discurso à prática

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