As autoridades russas devem se manifestar, até o fim do mês, sobre o embargo às exportações de carne de 85 frigoríficos do Paraná, Rio Grande do Sul e de Mato Grosso, em vigor desde 15 de junho. A informação foi dada ontem (20) pelo gabinete do ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
Há duas semanas, uma missão comandada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, se reuniu em Moscou, na Rússia, com autoridades do Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) para tentar reabrir o mercado russo para as carnes brasileiras. Após o fim dos encontros, nos quais foram fornecidas as informações exigidas pelos russos para reavaliar a situação, o ministério comunicou que uma resposta chegaria em 15 dias, mas os exportadores terão que esperar mais alguns dias para o possível fim do impasse.
A Rússia é o maior importador de carnes brasileiras, com US$ 2 bilhões em compras em 2010. Nos seis primeiros meses deste ano, as vendas brasileiras de carne para o país renderam mais de US$ 1 bilhão. O setor mais afetado com o embargo é o de suínos, que tem a Rússia como destino de 40% das exportações de carne de porco.
Rossi disse na véspera da viagem da missão brasileira que, dos 210 frigoríficos nacionais habilitados a exportar para a Rússia antes do início do embargo, apenas 140 estariam na lista entregue ao Rosselkhoznadzor. Os demais terão que se adaptar às exigências do país europeu. Segundo o ministro, uma das causas da demora para a entrega das informações exigidas pelas autoridades da Rússia foi a má qualidade da tradução dos documentos do português para o russo.