A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou, nesta terça-feira (11/8), que lastima o aumento das tarifas de energia elétrica, que têm pressionado, por exemplo, custos de segmentos da agropecuária brasileira. Garantiu também que “o Brasil está todo ligado” e que não vai faltar eletricidade no país. Foi durante o lançamento do novo plano de investimentos em energia elétrica, que prevê R$ 186 bilhões até o ano de 2018.
O lançamento do Plano de Investimentos em Energia Elétrica (PIEE) foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. Durante o seu pronunciamento, a presidente justificou o aumento no uso da energia de usinas termelétricas, acionadas em função da oferta menor das hidrelétricas, em função do déficit hídrico.
“Sem sombra de dúvida, as contas de luz aumentaram e por isso nós lastimamos. Mas elas aumentaram justamente porque diante da falta de energia para sustentar a existência de luz, nós tivemos usar as termelétricas e pagar bem mais do que se houvesse apenas a hidrelétrica no nosso sistema”, afirmou.
Dilma garantiu que a atual situação das tarifas de energia elétrica começa a ser revertida. Ela Lembrou que as termelétricas já começaram a ser desligadas e a chamada “bandeira vermelha” terá seu custo reduzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Calcula-se que haverá uma redução em torno de 15% a 20% na bandeira. Esta é uma estimativa feita pelos órgãos do Ministério (de Minas e Energia)”, explicou, destacando que o assunto será discutido em consulta pública.
A presidente destacou investimentos e apresentou dados que mostram a expansão da oferta de energia elétrica no Brasil. Ela disse acreditar que os recursos a serem investidos garantem de forma decisiva a solidez do sistema elétrico nacional. Disse que o Brasil tem privilegiado a geração de energia hidrelétrica porque é neste segmento que está a maior competitividade, mas destacou que outras fontes também serão consideradas, como eólica, solar, e biomassa.
“A biomassa é produtora tanto de combustível quanto de energia elétrica. Produz para a matriz brasileira, produz etanol para a matriz de combustível e produz biomassa a partir da mesma unidade que produz etanol”, ressaltou. “O Brasil tem uma importância internacional e ela está dada pelo fato de que na área mais difícil de reduzir emissões de gases, nós temos um diferencial imenso, que é na área de energia.”
A exemplo do que foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, Dilma pediu ao Congresso Nacional a aprovação de um chamado Fast Track, mecanismo que agilize, por exemplo, as licenças necessárias para a realização de investimentos estratégicos no setor elétrico. “Esse é um sistema que tem que olhar sempre no médio e no longo prazo”, argumentou Dilma.
Em entrevista logo depois da cerimônia, a presidente da República descarou que haja uma crise de energia no Brasil. E afirmou que não há motivos para não se investir no setor. Segundo ele, a economia está passando por um período momentâneo de dificuldades, mas a demanda é crescente e o país vai crescer.
“Com o que tem hoje, já há demanda que vai ocorrer agora, mesmo com taxa de crescimento menor e temos que dar conta dela”, disse a presidente, dizendo que mais de 300 empresas manifestaram interesse em outro plano do governo, o de investimentos em logística. “Se relaxar agora, não conseguirá atender o país quando começar a crescer”, acrescentou.