Em vez de gerar investimentos, os recursos gerados pelo Agronegócio estão indo parar na vala comum do gasto público. É o que aponta Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“O agronegócio certamente foi peça importante ou decisiva para o aumento de arrecadação nos Estados. Mas em vários os recursos não se transformaram em investimento na mesma proporção. Para onde então foi o dinheiro? Para os gastos de custeio que alimentam a gestão e os serviços públicos estaduais, como despesas com funcionários e encargos sociais, materiais, serviços de terceiros etc.”, aponta Xavier
Ele justifica que “o investimento cria algo de novo para a sociedade. O gasto de custeio mantém a máquina funcionando, mas não cria alavancagem econômica nova”. O especialista convoca o setor a acompanhar e analisar “de perto o comportamento dos investimentos públicos, pois eles representam expansão de infraestrutura ou de serviços, dois fatores que são gargalos para o agronegócio – do antes ao pós-porteira, de Norte a Sul”.
O professor alerta que estamos entrando em “temporada eleitoral”, que é o momento o de “colocar na mesa os programas de governo dos candidatos, suas prioridades e planos de investimento. É o momento de reivindicar e discutir o mérito e o alcance das propostas, pois em uma democracia a mudança se faz sempre pelas urnas. Com a palavra então o agronegócio, suas lideranças e quem mais tiver consciência de onde queremos chegar (como brasileiros, como nação e como um setor da economia) e do que precisamos para chegar lá”.