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Economia

Dinheiro para o produtor rural

<p>Nossa Caixa tem uma programação de US$ 1 bilhão em recursos para financiar os produtores na temporada 2009/2010.</p>

Em sua primeira safra “completa” sob o comando do Banco do Brasil (BB), a Nossa Caixa anunciou uma programação de US$ 1 bilhão em recursos para financiar os produtores na temporada 2009/10. O montante é quase 70% maior que os R$ 594,5 milhões aplicados na safra 2008/09. O Banco do Brasil anunciou em novembro a compra da Nossa Caixa por R$ 5,38 bilhões.

Como o BB destinou R$ 4,8 bilhões em linhas para a safra 2009/10 em São Paulo, os dois bancos, somados, deixarão à disposição dos produtores agrícolas de São Paulo R$ 5,8 bilhões na temporada iniciada neste mês. Esses recursos deverão representar entre 33% e 35% do total a ser financiado no Estado nesta safra, estima Luís Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de agronegócios do BB.

A Nossa Caixa não anunciou na quinta-feira (23/04) apenas o aumento no volume de recursos destinados ao financiamento da safra, mas também a elevação dos limites para cada tomador em algumas linhas. Em investimento agropecuário, por exemplo, o teto passou de R$ 130 mil para R$ 200 mil. Em custeio, o limite passou de R$ 400 para R$ 600 mil.

O banco também passará a ofertar linhas que, até a safra passada, ele não oferecia – caso, por exemplo, das linhas de custeio e investimento do Proger Rural, voltadas a pequenos produtores, e da Linha Especial de Crédito (LEC), para o financiamento à comercialização de cooperativas e agroindústrias. “Queremos operar em todas as linhas. O banco não tem tradição no financiamento à agricultura como tem o Banco do Brasil, mas as metodologias estão sendo integradas. Estamos nos apoiando na expertise do BB”, disse Gueitiro Matsuo Genso, diretor de produtos da Nossa Caixa.

Crédito rural – Responsável por uma fatia pouco superior a 60% do crédito rural no País, o Banco do Brasil já revelou o aumento de 30% no volume de recursos para a safra 2009/10. Em São Paulo, o BB, sozinho, prevê desembolsos de R$ 4,8 bilhões – na safra 2008/09, o volume de recursos à disposição dos produtores do Estado foi de R$ 3,7 bilhões.

A Nossa Caixa pode não ter a experiência que o BB tem no financiamento da agricultura, mas, por outro lado, mais de 92% dos clientes estão classificados acima da faixa “C” de risco, estrato considerado de risco menor – a classificação vai de AA a H -, segundo o presidente da instituição, Demian Fiocca. “A compra [da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil] ajudou a impulsionar as nossas operações [agrícolas]”, disse ele na abertura do evento de apresentação das linhas.

A partir de 30 de junho, com a autorização, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), dada aos bancos para ajustar a classificação do risco de seus clientes, 94 mil produtores, de um universo de até 300 mil, mudaram seu status de acesso aos recursos. Embora a classificação de risco das operações vá até “H” – para essas, o provisionamento contra perdas tem que ser de 100% do valor das operações -, o crédito costuma ser negado se a classificação fica de “D” para baixo – patamar que passa a exigir provisionamento de 30%.

“O produtor que estava com classificação abaixo de D poderá voltar ao mercado. Quem já estava e melhorou a classificação, poderá conseguir juros mais baixos”, diz José Carlos Vaz, diretor de agronegócios do BB. A perspectiva de renda dos produtores para esta safra é boa, segundo ele.