O estudo de custo de produção na avicultura realizado pela Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia,SC, divulgado ontem (20), foi recebido com divergência.
Enquanto as empresas e representantes da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e Sindicato Patronal dos Criadores de Aves (Sincravesc) apoiaram o resultado, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar na Região Sul (Fetraf-Sul) questionou os dados.
Pelos cálculos da Embrapa, o aviário convencional, que representa 80% do total, teria custo de R$ 5,682 mil por lote, contando mão de obra e depreciação da estrutura. Para o presidente da Coopercentral Aurora, maior cooperativa agroindustrial do Estado, Mário Lanznaster, este é o custo real. Cada lote tem cerca de 15 mil frangos e envolve 45 dias de produção.
O diretor executivo da Acav, Ricardo Gouvêa, diz que as indústrias pagam em média R$ 6,7 mil por lote.
Já o coordenador-geral da Fetraf-Sul, Alexandre Bergamin, questiona o valor da Embrapa, afirmando que o custo do lote é da ordem de R$ 7 mil. Mesmo assim, ele considera positivo garantir o reconhecimento de um valor mínimo de R$ 5,682 mil.
Bergamin afirma que cerca de 70% dos avicultores não recebem o valor mínimo. Este é um dos motivos para ação do Ministério Público do Trabalho contra a Sadia, que cobra reconhecimento de vínculo empregatício, indenização dos valores pagos abaixo do custo e pagamento de R$ 20 milhões por danos morais.
A ação contra a Sadia foi encaminhada para a Vara do Trabalho de Chapecó. A empresa não se manifestou sobre o assunto. A Acav divulgou nota considerando a medida absurda.