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Dobro da média nacional

<p>Produção de grãos em Mato Grosso registra alta de 20,6%, volume acima dos 9% comemorados pela Conab e pelo IBGE.</p>

Redação (09/09/2008) – A maior safra da história brasileira é também a maior da história mato-grossense. Enquanto a produção brasileira registra alta de 9,2%, os grãos de Mato Grosso renderam quase duas vezes mais de uma temporada para outra, e apresentam crescimento de 20,6%. O país colheu 143,87 milhões de toneladas e em Mato Grosso a colheita somou mais de 28,34 milhões de toneladas, ou, 19,7% da produção brasileira.

A temporada veio recheada de recordes para Mato Grosso, que mais uma vez se consagrou com a maior área plantada do Brasil e como se já não bastasse a supremacia na produção de soja e algodão, a última safra acrescentou mais um título ao Estado, o de maior produtor nacional de milho segunda safra, consolidando a atuação dos mato-grossenses na safrinha. Os dados fazem parte do 12° levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e também da oitava estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas do IBGE, apontou ganho de 9% de um ano para outro, mas indicou uma produção de 145,1 milhões de toneladas. Ambos divulgados ontem.

Na safra 07/08, o Estado cultivou de mais de 8,63 milhões de hectares cultivados, volume que sozinho ultrapassa a área ocupada pelos nove estados do Nordeste, que foi de pouco mais de 8 milhões. Com incorporações de hectares, Mato Grosso ampliou em 11,9% sua área, em relação ao ciclo anterior. Mesmo sendo o maior em área plantada, Mato Grosso foi o segundo maior produtor brasileiro, perdendo para o Paraná, que mesmo com uma área inferior – 8,39 milhões de hectares – obteve uma produção de 30,35 milhões e 21,1% do total da produção nacional.

“Essa diferença entre Mato Grosso e Paraná a respeito dos volumes produzidos são conseqüência daquilo que é produzido. O Paraná planta milho na primeira safra e trigo. O milho acaba pesando mais e rende mais que o dobro se comparado à soja”, aponta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Ottoni Prado. Ainda segundo ele, a safra passada serviu para consolidar a posição do Estado na safrinha e ratificar o que os produtores já sabiam. “O clima nos ajudou e com este desempenho provamos que Mato Grosso tem tecnologia para disseminar o cultivo do milho na segunda safra. É uma cultura que veio para ficar”.

2ª SAFRA

Conforme levantamento da Conab, Mato Grosso, maior produtor de milho 2ª safra, colheu 7,14 milhões de toneladas, 38,25% da produção nacional e 40,7% (2,06 milhões de toneladas) a mais que na temporada passada. O incremento é fruto do aumento de 17,1% na área cultivada (243,2 mil hectares) e de 20,1% (719 Kg/ha) na produtividade.

A produção nacional de milho 2ª safra é de 18,67 milhões de toneladas, superior à safra passada em 26,3% (3,89 milhões de toneladas). Este aumento é justificado pelo crescimento de 10,8% (491,4 mil hectares) na área plantada, motivado pelos bons preços da commodity no mercado e de 14,1% (455,0kg/ha) na produtividade em função das boas condições climáticas.

Produção de soja ficou 16% maior
Mato Grosso por mais uma safra se destaca na produção nacional de soja. Das 60 milhões de toneladas geradas na safra 07/08, o Estado produziu 17,88 milhões, volume 16,4% acima da temporada anterior, sendo responsável por 30% da oleaginosa brasileira. Mesmo com problemas relacionados ao alto custo de produção e logística deficitária, os sojicultores estaduais ampliaram a área em 11,2%, passando a 5,69 milhões de hectares.

No país, o incremento de 2,8% em relação à safra passada, segundo a Conab, foi resultado da ampliação da área plantada em 3,1% (647,5 mil hectares) motivado pelos bons preços do produto e pela expectativa futura de mercado à época da implantação da cultura, aliados às boas condições climáticas ocorridas durante todo o ciclo da lavoura e pelo alto nível tecnológico usado, principalmente, no combate às pragas e às doenças como a ferrugem asiática, que nesta safra teve menor intensidade graças ao vazio sanitário realizado em vários estados (proibição do cultivo da soja no período da entressafra, junho a setembro, inclusive em Mato Grosso). A exceção fica para a região Sul, castigada pelo La Nia, reduzindo a produtividade média em 9,5% e a produção em 10,1%. Estes efeitos recaíram com mais intensidade sobre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estendendo-se até o Mato Grosso do Sul.

ALGODÃO

A área nacional cultivada com algodão na safra 07/08 foi de 1,07 milhões de hectares, inferior à safra anterior em 1,8%. Esta redução deve-se, principalmente, à diminuição de área na região Centro-Sul, onde o algodão vem sendo substituído por outras culturas menos exigentes em investimentos, basicamente pelos pequenos produtores, mais notadamente no Paraná e São Paulo.

A colheita já foi concluída no Paraná e São Paulo. Nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, ocorreram atrasos em função do prolongamento das chuvas, já que em regiões importantes como Primavera do Leste e Campo Verde, em Mato Grosso, chegaram a se manter até junho.

Em Mato Grosso, a área plantada foi praticamente mantida em relação às extensões ocupadas na safra anterior, 541 mil hectares e uma produção 6% maior, de 2,12 milhões de toneladas de algodão em caroço. Seguindo os passos de Mato Grosso está a Bahia, segundo maior produtor com 239 mil hectares e produção 1,25 milhões de toneladas.

ARROZ

Mato Grosso ainda não recuperou seu potencial na produção do arroz. Na safra 07/08, como revelam dados da Conab, foi o terceiro maior produtor com área plantada de 238 mil hectares e produção de 680 mil toneladas. Tanto em área como em produção, Mato Grosso acumulou desempenho negativo reduzindo sua presença em 14,8% e 7,3%, respectivamente.

O maior produtor é o Rio Grande do Sul, que colheu mais de 7,3 milhões de toneladas. O segundo maior produtor é o Maranhão, com 699 mil toneladas.