O dólar comercial fechou com desvalorização, voltando a valer menos de R$ 2. Ontem, a moeda americana teve retração de mais de 2%, terminando o pregão cotada a R$ 1,982 para a venda. Na sessão anterior, o dólar retomou o patamar acima de R$ 2 pela primeira vez em quase quatro semanas.”Acredito que a queda do dólar hoje (ontem) é por ajuste técnico, uma vez que a alta de ontem foi forte. Além disso, tem (a desvalorização do dólar ante) as moedas lá fora”, considerou Felipe Pellegrini, gerente de operações da corretora Confidence.
De acordo com analistas, o comportamento do câmbio no Brasil refletia a desvalorização da moeda americana no exterior. No fim da tarde, a divisa dos Estados Unidos caía 1,2% frente a uma cesta com as principais moedas mundiais.O Banco Central deu continuidade aos leilões diários de compra de dólares. Para hoje, o mercado deve ficar de olho no fim da reunião do Federal Reserve. O Fed, o banco central dos EUA, iniciou ontem à tarde um encontro de dois dias para discutir a política monetária do país.
As expectativas giram em torno dos comentários, a serem divulgados após a reunião sobre o estado da economia e do programa de compra de ativos.Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) garantiu leve alta, depois de pregão instável. O índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, teve alta de 0,64%, terminando o dia aos 49.813 pontos. Na segunda-feira, o índice havia perdido o patamar de 50 mil pontos após cair 3,66%.
A divulgação de um crescimento abaixo do esperado nas vendas de moradias antigas nos Estados Unidos em maio desanimou os investidores e motivou vendas por toda a amanhã. A alta foi de 2,4%, para uma taxa anualizada de 4,77 milhões de unidades. Analistas esperavam 4,81 milhões de unidades. O volume financeiro do pregão foi de quase R$ 7 bilhões, inflado pela Oferta Pública de Ações (OPA) da Brasil Telecom Participações S.A. e da Brasil Telecom S.A., que movimentou R$ 2,56 bilhões.
Dívida pública cresce em maio
A dívida pública federal cresceu 0,31% no mês passado, em relação a abril, e chegou a R$ 1,38 trilhão, segundo dados do Tesouro Nacional. Apesar do aumento, a dívida ainda está abaixo do valor de R$ 1,39 trilhão registrado no fim de 2008. No mês passado, a emissão de novos títulos superou os resgates em R$ 3,12 bilhões. Além disso, houve um impacto de R$ 1,16 bilhão por causa da rolagem de pagamento de juros.
O aumento se concentrou na dívida interna, que teve um incremento de 0,99%, para R$ 1,27 trilhão. A emissão de novos títulos superou os resgates em R$ 2,45 bilhões. Além disso, houve um impacto de R$ 10,03 bilhões por causa dos juros.A valorização do real frente ao dólar evitou um aumento maior do endividamento público. A dívida pública federal externa, que representa 8,22% da dívida total, caiu 6,7%, para R$ 114,06 bilhões (US$ 57,8 bilhões). A dívida pública federal deve terminar o ano entre R$ 1,45 trilhão e R$ 1,60 trilhão, de acordo com o Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional.
A parcela de títulos prefixados na dívida total subiu de 26,76% para 28,15% em maio. A participação dos papéis indexados à taxa Selic aumentou de 34,96% para 36,07%. Os títulos remunerados por índices de preços passaram de 27,89% para 26,10%.