O dólar fechou em alta superior a 1,5 por cento e voltou a se aproximar de 3,50 reais nesta segunda-feira (13/06), com o mau humor nos mercados externos diante da possibilidade de o Reino Unido deixar a União Europeia e antes da reunião desta semana do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana também foi sustentada por declarações do novo presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, dizendo que a autoridade monetária pode usar instrumentos cambiais “com parcimônia”, uma semana após sua defesa do regime de câmbio flutuante desencadear forte tombo da divisa.
O dólar avançou 1,62 por cento, a 3,4867 reais na venda, após subir nas duas sessões anteriores também pressionado pelo cenário internacional desfavorável.
A moeda norte-americana atingiu 3,4889 reais na máxima do pregão. O dólar futuro subia cerca de 1,8 por cento no fim da tarde.
“O mercado está na defensiva antes da reunião do Fed, mesmo com pouquíssimas chances de aumento de juros, e nesse pacote entra a questão do Reino Unido”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
As últimas pesquisas de intenções de voto têm mostrado liderança da campanha pela saída do Reino Unido do bloco de livre comércio. Embora outros levantamentos mostrem disputa mais apertada, operadores têm demonstrado preocupação com as implicações econômicas da votação de 23 de junho, buscando refúgio em ativos mais seguros.
O próprio Fed vem ressaltando que o referendo desempenhará papel importante em sua decisão sobre quando voltar a elevar os juros nos Estados Unidos.
Investidores não esperam que isso aconteça nesta quarta-feira, quando o banco central norte-americano anuncia sua decisão, mas preferiram evitar apostas arriscadas antes da divulgação do comunicado e das projeções do Fed, que podem trazer mais pistas sobre a trajetória da política monetária na maior economia do mundo.