Na última quinta-feira, 22 de agosto, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 1,98%, cotado a R$ 5,59.
O pregão foi influenciado pelas novas expectativas de um corte de juros de 0,25 pontos percentuais nos EUA em setembro, refletindo um aparente alívio do risco de recessão devido a números positivos do mercado de trabalho e dados de inflação.
No Brasil, a declaração de Gabriel Galípolo, do Banco Central (BC), sobre a possibilidade de aumento da Selic em setembro levou a uma forte alta na curva de juros, com o mercado precificando uma alta certa.
Além disso, o euro alcançou a máxima do ano em relação ao dólar.
Brasil
Nesta sexta-feira (23), a agenda de indicadores e eventos está esvaziada.
De ontem
Em evento, Gabriel Galípolo, provável substituto de Campos Neto no comando do Banco Central (BC), tentou esclarecer suas declarações sobre a necessidade de aumentar a Selic, mas o mercado já o considera confiável.
Em declarações anteriores, Galípolo, declarou que o Banco Central (BC) pode aumentar a taxa Selic se necessário, em resposta à inflação que está acima da meta.
Diante disso, o mercado exagerou nas expectativas de altas na taxa, prevendo aumentos de 50 pontos-base em cada uma das últimas três reuniões do ano.
Por outro lado, Campos Neto e Diogo Guillen tentaram conter as expectativas excessivas, enquanto Galípolo insistiu na necessidade de uma alta, mas pediu que suas palavras não fossem vistas como uma orientação fixa.
A comunicação de Galípolo gerou confusão, levando o mercado a oscilar nas taxas do DI. Ele se desculpou por possíveis mal-entendidos, mas reconheceu que suas palavras foram interpretadas de maneiras variadas.
O possível futuro presidente do BC, previsto para janeiro de 2025, promete uma gestão técnica e independente, focada na meta de inflação, mas sua comunicação continua a gerar interpretações variadas.
Desoneração
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), anunciou que projetos de lei para aumentar as alíquotas da CSLL e a tributação sobre JCP serão enviados ao Congresso na próxima semana, junto com o Orçamento de 2025.
Essas medidas visam garantir recursos caso as propostas do Senado não sejam suficientes para compensar a desoneração da folha no próximo ano.
O Tribunal de Contas da União (TCU) alertou para riscos nas projeções orçamentárias do governo, apontando possíveis frustrações nas receitas e aumento das despesas, além de considerar as estimativas otimistas e fora dos limites do novo arcabouço fiscal.
Reforma tributária
Uma reportagem do Valor Econômico revelou que a alíquota média do IVA pode chegar a 28%, ultrapassando o limite de 26,5% estabelecido pela reforma tributária.
O aumento deve-se às concessões feitas a setores com isenções e regimes especiais. O Ministério da Fazenda buscará ajustar a alíquota durante a tramitação da PEC no Senado e propor compensações para os benefícios concedidos.
Caso a alíquota de 28% se confirme, o Brasil terá o maior imposto sobre o consumo do mundo.
EUA
A fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, no Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, é o único evento de grande interesse global nesta sexta-feira (23), uma vez que as agendas de indicadores mundo à fora estão esvaziadas.
A expectativa dos investidores para o discurso gira em torno não apenas da confirmação do início dos cortes do juro nos EUA em setembro, mas também da sinalização da magnitude da primeira queda e, com alguma sorte, que Powell dê uma ideia do ciclo total.