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Economia

Dólar sobe para R$ 2,41 apesar dos esforços do BC

Autoridade monetária fez intervenção pesada com duas ofertas de swap cambial e anunciou para esta terça um leilão de linhas de dólares.

Dólar sobe para R$ 2,41 apesar dos esforços do BC

A segunda-feira foi mais um dia marcado pela alta do dólar no Brasil, e a moeda só não subiu mais porque o Banco Central usou um pesado arsenal para conter a pressão no câmbio. Ainda assim, a moeda cravou a sexta sessão consecutiva de alta e bateu novamente uma máxima desde março de 2009.

No fechamento, o dólar comercial subiu 0,83%, a R$ 2,416. É o maior nível de encerramento desde 2 de março de 2009, quando a moeda terminou em R$ 2,442. Na máxima intradia, a moeda foi a R$ 2,429 (+1,38%), maior patamar intradia desde 3 de março de 2009, quando bateu R$ 2,450.

Em seis sessões, o dólar já subiu 6,24%.

No mercado futuro, o dólar para setembro ganhava 0,77%, a R$ 2,420.

Ao longo do dia, chamou atenção de operadores a forte alta do cupom cambial, que sinalizou uma redução de liquidez no mercado físico. A queda da oferta de dólares dos bancos para seus clientes poderia deixar o mercado disfuncional e intensificar a corrida por dólares, puxando a moeda ainda mais para cima.

Foi nesse ambiente que o Banco Central anunciou para amanhã dois leilões de linhas das reservas internacionais, com oferta somada de até US$ 4 bilhões. O anúncio da operação, o primeiro desde o fim de junho, conseguiu amenizar a pressão no cupom, mas perto do fechamento o mercado voltou a demandar dólar primário, o que novamente puxou a taxa do FRA de outubro para acima de 1,4% ao ano.

“O desafio do BC é fazer com que os bancos supram os dólares. Os bancos podem tomar linhas lá fora, mas elas estão ficando cada vez mais caras, já que há uma percepção geral de que o Fed vai começar a redução da liquidez”, diz o economista e diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, lembrando que a posição comprada dos bancos reduziu-se a pouco mais de US$ 500 milhões.

Hoje, o BC atuou via swaps, vendendo papéis novos e rolando um lote com vencimento em setembro. O BC anunciou no fechamento do mercado mais um leilão de rolagem de até 20 mil contratos (US$ 1 bilhão) programado para amanhã. O acolhimento das propostas ocorrerá entre 10h30 e 10h40. A operação visa postergar o vencimento dos papéis de setembro de 2013 para abril de 2014, e terá seu resultado divulgado a partir das 10h50.

É o terceiro anúncio de leilão desde a semana passada com o objetivo de rolar um lote de US$ 5,040 bilhões em swaps cambiais com vencimento em 2 de setembro. O BC rolou US$ 1,9751 bilhão nas duas operações anteriores (uma na sexta-feira e outra hoje). Ou seja, ainda faltam US$ 3,065 bilhões a serem substituídos.