A revista científica Mundo Estranho trouxe uma discussão interessante. Baseada na hipótese de o mundo se tornar vegano, com auxílio da consultoria do pesquisador da Universidade de Oxford , Marco Springmann, foi constato dados interessantes sobre como seria uma sociedade sem o consumo de proteína animal.
De acordo com a publicação, o primeiro fato a se considerar é que a sociedade teria que lidar com quase 25 bilhões de animais sem função. “São 1,4 bilhão de cabeças de gado, 1,9 bilhão de ovelhas e cabras, 980 milhões de porcos e 19,6 bilhões de galinhas. Devolvê-los para a natureza provocaria a morte da maioria. A melhor solução seria colocá-los em reservas onde seriam mantidos vivos. Mas como essas reservas iriam se sustentar financeiramente?”, questiona.
Logo, a carne também é uma fonte barata de proteínas importantes para manter um organismo humano em pé. “Dietas mais saudáveis são mais caras: seria preciso estimular a agricultura local dos países em desenvolvimento. Nos países mais pobres, que mais dependem de carne, esse é um cenário difícil de colocar em prática”, argumenta o consultor na publicação.
Choque cultural e adeus computadores
Muitas regiões têm a carne como parte essencial de sua cultura, contextualiza a Mundo Estranho. “Elas seriam descaracterizadas. Além disso, povos nômades carregam o gado consigo, porque eles servem para transportar peso e também como fonte de comida. Eles se veriam forçados a migrar para as cidades, aumentando o inchaço populacional e a pobreza”.
Outra consequência, segundo a publicação, seria o fato de que em um mundo vegano produtos que contêm algum tipo de substância extraída de animais deixariam de existir, como roupas, até sacolas plásticas de mercado, perfume, xampu, açúcar, cigarro, desodorante, pasta de dente, batom, pneu de carro, giz de cera, filmes fotográficos e até mesmo computadores.
Caso todo mundo parasse de comer qualquer tipo de proteína animal e derivados o impacto para a economia seria descomunal explica o consultor. “O 1,5 bilhão de pessoas (20% da população mundial) que hoje trabalham na pecuária, na avicultura e na pesca ficariam desempregadas”, explica a publicação.