A decisão do Japão interromper o recebimento de importações de carne bovina vindas do Brasil, após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ter admitido a existência do príon (proteína) causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como “mal da vaca louca” foi apenas uma estratégia comercial, segundo os executivos da BRF Brasil Foods. “O Japão aproveitou da situação para melhorar acordos comerciais”, afirma Wilson Mello Neto, vice-presidente de Assuntos Corporativos da companhia, durante evento com a imprensa.
“Não temos problema com vaca louca. O animal morreu de outra coisa e nem tinha desenvolvido a doença. E o fato de o Brasil ter reportado o caso tão rápido é apenas um indício da nossa seriedade”, diz Antonio Augusto de Toni, vice-presidente de Mercado Externo.
O executivo também comentou sobre a exigência da Rússia de não receber carne suína criadas usando a ractopamina, agente promotor do crescimento.
“Temos duas plantas que exportam para a Rússia e nenhuma delas usa a ractopamina há cerca de um ano”, comenta. Toni também diz que a única exigência nova que vai atingir a BRF diz respeito à certificação da carne.
“Hoje é um laboratório na BRF que certifica a carne, mas a Rússia quer que isso seja feito por um laboratório oficial do governo. A transição pode criar uma morosidade e demorar uns 30 dias para ser cumprida”, diz. Hoje, a exportação para a Rússia representa 34% dos suínos da BRF que vão para o mercado externo.