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Economia em alta ampliará a demanda por alimentos

A perspectiva de crescimento da economia mundial este ano deverá elevar a demanda por alimentos e consolidar o Brasil como grande exportador de commodities agrícolas.

Da Redação 05/03/2004 – 06h15 – A boa perspectiva de crescimento da economia mundial este ano, acima de 3%, deverá elevar a demanda por alimentos e consolidar o Brasil como grande exportador de commodities agrícolas no ano comercial de 2004/2005. O cenário é positivo em especial para o setor de carnes. A avaliação foi feita ontem por técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que participaram do 8 Outlook Agricultural Fórum, evento realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), no mês passado, em Washington. O encontro reuniu 1,4 mil técnicos para discussão de conjuntura e perspectivas para o setor agropecuário mundial.

A previsão dos analistas é de que os EUA devem obter crescimento econômico entre 4,5% e 5% este ano e a União Européia, menos de 2%. A China deve continuar na liderança, com uma taxa de mais de 9% de crescimento e o Brasil apresentará aumento de 4,5%. “Estas demandas significam boas perspectivas e oportunidades para o País”, disse Antonio Donizeti Beraldo, da CNA. Aliado a este crescimento, há tendência mundial de busca por alimentos saudáveis, o que também favorece o Brasil. O assunto foi o principal item da pauta do evento.

A ligação destes dois fatores deve favorecer a carne brasileira. Paulo Mustefaga, da CNA, lembrou que o surgimento de casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (a doença da “vaca louca”) nos EUA, em dezembro, provocou alterações no mercado mundial de carne bovina.

Desde então, fornecedores americanos têm enfrentando restrições dos principais importadores, que são Coréia do Sul, Japão e México. Em 2003, os Estados Unidos exportaram 1,15 milhão de toneladas de carne bovina, volume que deve cair para 100 mil toneladas em 2004. Apesar de o Brasil não ter acordo sanitário para exportar carne aos principais clientes americanos, deverá ocorrer uma mudança no fluxo internacional de fornecimento do produto, o que representa oportunidades de negócios para o Brasil. As mesmas perspectivas se abrem para as exportações de aves, depois que a gripe aviária atingiu criações da Ásia e da América do Norte.

A médio prazo, porém, os técnicos das CNA mostram preocupação quanto à possibilidade de crescimento de exportações do setor.