O embargo da Rússia imposto há três meses a cerca de 100 frigoríficos brasileiros, 40 do Paraná, não teve o impacto previsto – de sobras domésticas e redução nos preços ao consumidor brasileiro. Principal importador de carne suína paranaense, o país representava 33,5% do mercado externo para a suinocultura do estado e 43% para a nacional. Mas não derrubou as cotações.
“Não estamos conseguindo ligar as oscilações que estão ocorrendo nos preços ao embargo. Três semanas atrás, houve uma queda acentuada. Nos últimos 15 dias, sem que as exportações para a Rússia tenham sido retomadas, os preços começaram a subir de novo”, afirma o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Carlos Francisco Geesdorf.
Na última semana, os líderes do setor tiveram encontro em Foz do Iguaçu e apontaram que parte da carne está chegando à Rússia por meio da Ucrânia. Mesmo assim, em quantidade menor. Segundo dados do governo federal, o número de destinos da carne suína é cada vez maior e a diversificação não se limita à Ucrânia. Por enquanto, o mercado se rege pela especulação e eleva preços quando sente sintomas de falta de carne, conclui Geesdorf.
O produtor recebe atualmente R$ 2,2 por quilo de suíno em pé no interior do estado e o consumidor paga R$ 15 pelo quilo de lombo em Curitiba. O setor produtivo alega que a renda mal cobre os custos.