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Elevação do câmbio compensa queda nas exportações dos produtos agrícolas do Paraná

<p>Preço médio recebido pelas exportações de soja que era de US$ 319,81 a tonelada em outubro de 2007 aumentou para US$ 504,11.</p>

Redação (26/11/2008)- A elevação das cotações dos produtos agrícolas em dólar e o aumento do câmbio em relação ao real estão compensando as quedas nas exportações do Paraná, registradas no mês de outubro deste ano. Diante disso, as expectativas de comercialização são otimistas, apesar das incertezas da economia em 2009, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento Valter Bianchini. “Para este ano, estamos salvos”, disse.

Na avaliação do secretário, o quadro de exportação permanece positivo para a soja e carnes de aves. Para o milho, houve uma frustração nas expectativas de exportações, motivada pelo bom desempenho da produção mundial, principalmente na União Européia que é o maior comprador. Esse quadro provocou a queda na demanda pelo milho brasileiro.

No caso da soja, a redução nas exportações está ocorrendo mais em função do fator final de safra do que paralisação das exportações decorrente da crise financeira mundial. Mas a receita obtida por produtores e exportadores está acima de 50% em relação ao ano passado, conforme informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

No Paraná, a queda nas exportações de soja, principal grão escoado para o mercado externo no mês de outubro, foi de 78,3% no volume exportado em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro de 2007, foram embarcadas 394.483 toneladas e em outubro de 2008 foram exportadas 85.760 toneladas do grão. Na avaliação de Bianchini, o quadro reflete o final da safra de soja no Estado onde 93% da safra foram vendidas. As exportações feitas até agora correspondem a 36% da safra 2007/08, avaliada em 11,71 milhões de toneladas.

No acumulado do ano, o volume de soja exportado pelo Paraná está 20,7% acima do mesmo período do ano passado, que corresponde a um volume adicional de 750 mil toneladas a mais exportadas este ano. Entre janeiro a outubro de 2008, o estado exportou 4,25 milhões de toneladas de soja e, no mesmo período do ano passado, as exportações somaram 3,5 milhões de toneladas. Os produtores aproveitaram os bons preços e praticamente já venderam tudo.

No mesmo período, a receita obtida com as exportações paranaenses de soja foi 57,6% maior. O levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) constatou a queda nas cotações internacionais da soja no mês de outubro, mas ainda assim permanecem elevadas. O preço médio recebido pelas exportações de soja que era de US$ 319,81 a tonelada em outubro de 2007 aumentou para US$ 504,11 a tonelada em outubro deste ano.

O aumento na cotação e no câmbio em relação ao real refletiu no mercado interno. Neste mês de novembro, o preço médio pago ao produtor é de R$ 41,80 a saca, enquanto que a média de novembro de 2007 foi de R$ 37,91 a saca.

Milho – no caso do milho, o recuo na expectativa do mercado exportador é mais preocupante. O produtor paranaense reagiu e plantou menos nesta safra 2008/09 o que levará a uma redução na oferta do produto no início do ano que vem. Segundo o Deral, os produtores paranaenses reduziram em 6,5% a área plantada que caiu de 1,38 milhão de hectares cultivados com milho na safra anterior (07/08) para 1,30 milhão de hectares cultivados na atual safra (08/09).

A produção esperada deverá cair de 9,74 milhões de toneladas na safra 07/08 para 8,78 milhões de toneladas na safra 08/09, que representa uma queda de 9,85%. As exportações de milho são benéficas, mas segundo o Deral, o principal cliente do milho brasileiro é o seu mercado interno.

Isso explica, em parte, maior estabilidade nas cotações do grão. De janeiro a outubro deste ano o preço médio do milho no Paraná foi de R$ 19,75 a saca, 21,46% acima do mesmo período do ano passado em que o preço médio foi de R$ 16,26 a saca.

Carnes – houve recuo de 13% nas exportações de carne suína no acumulado de janeiro a outubro de 2008 em relação ao mesmo período de 2007, motivado pela queda nas importações da Rússia. No entanto, em 2008 verifica-se uma recomposição nos preços do produto em relação aos últimos dois anos.No mesmo período de janeiro a outubro de 2008, a receita foi 25,8% maior em relação a 2007.

O volume de carne suína embarcada caiu de 31,75 mil toneladas no acumulado de janeiro a outubro de 2007 para 27,62 mil toneladas em 2008, mas a receita subiu de US$ 53 milhões em 2007 para US$ 66,8 milhões este ano no mesmo período. A redução nas exportações de carne suína começa a refletir no mercado interno onde os preços caíram 20% neste mês de novembro. Acredita-se que essa queda nos preços não será maior em função do aumento do consumo de carne suína durante as festas de final de ano.

As exportações de frango não foram afetadas pela crise econômica mundial e a expectativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) é que a carne de aves continuará se destacando entre as mais negociadas no mercado internacional, respondendo por 43% de todo o comércio de carnes no mundo.

No Paraná, a produção avícola bateu o recorde de abates no último mês de outubro, com 111 milhões de cabeças de frangos abatidas, o que conferiu ao mês a maior produção mensal verificada nos últimos dois anos. Entretanto, como decorrência da crise financeira internacional, a cadeia produtiva espera reduzir os números para o final do ano, buscando prevenir-se de possíveis e futuros percalços da economia.

Até a segunda metade de novembro de 2008, as exportações paranaenses de carne de frango somaram US$ 852 milhões, um crescimento de 21,3% comparativamente à receita de novembro de 2007 que atingiu US$ 702,6 milhões.