Como nos outros estados brasileiros, os criadores de suínos de Mato Grosso também passaram por uma situação difícil em 2012 com a alta nos custos das granjas.
Lauro Dalla Costa teve que abandonar a criação e agora o sustento da família vem só da lavoura. Ele planta soja e milho em Nova Mutum, norte do estado.
Só os produtores mais estruturados ou integrados com cooperativas conseguiram se manter na atividade. Aréssio Parquer mantém um rebanho de 3,8 mil animais. “O sistema de cooperativa tem a vantagem de que vamos nos ajudando uns aos outros, mas tudo tem limite. Os menores não conseguiram e muitos saíram”, diz. Dos 42 cooperados que trabalhavam com suínos, só 22 continuam ativos.
O ciclo de produção tem três fases, a maternidade, a recria e a engorda. O processo começa na cooperativa, as matrizes dos suinocultores ficam todas lá. Aos 15 dias, os leitões vão para recria e após os 60 dias são distribuídos às granjas dos cooperados para engorda.
A ração é feita com os grãos produzidos pelos cooperados. Além disso, todo o sistema procura economizar em outras etapas. Os dejetos dos animais vão para o biodigestor, de onde saem o gás para energia e o biofertilizante para as lavouras. Na propriedade de Aréssio, o adubo orgânico é aproveitado na plantação de abacaxi.
A tecnologia e a autosutentabilidade também foi o que manteve a produção de grandes indústrias. Uma empresa, por exemplo, ainda consegue abater com capacidade máxima 1.250 animais por dia.
Desde novembro, o lucro começou a aparecer. Pelo quilo do suíno vivo, o criador tem recebido agora R$ 2,80. Para um custo de R$ 2,40, sobram apenas R$ 0,40 de lucro por quilo, margem ainda pequena, mas que trouxe ânimo para os criadores, segundo o gerente Jonas Stefanello.