O aumento na cidade é superior ao registrado em todo o Estado de São Paulo, em que o valor do produto subiu 21% no mês de setembro, em relação a agosto. Para lidar com o aumento do preço de uma das carnes mais consumidas pelos brasileiros, os consumidores da região fazem adaptações.
O preço mais caro já foi percebido pela empresária Ainda Salvi Campos, que come frango duas vezes por semana. “Eu pagava em torno de R$ 4,50 ou R$ 4,80 no quilo do frango, hoje está em média de R$ 6,90”, calculou. Para não pesar tanto no bolso, ela alterou o cardápio da casa. “Passamos a comer mais legumes e mais ovos”.
Para alguns o jeito é radicalizar e a dona de casa Lúcia Helena Joaquim decidiu deixar de comprar a carne. “Eu acho que não compensa comprar o frango, para a gente que é assalariado pesa bastante”, comentou. Já a dentista Patrícia Helena Canciano mudou o comportamento quando vai ao supermercado. “Tenho substituído por outras coisas, que estão mais em conta”.
Max Gonçalves é açougueiro e compra mais de 500 frangos por mês e desde agosto afirma ter gastado muito mais. “Estou comprando a mesma quantidade e pra gente das casas de carnes o preço subiu até 38% e filé de frango que eu vendia a R$ 10,80 há dois meses atrás, estou vendendo a R$ 14,90”, disse.
Produção – O avicultor Marcos Donizette Gonçalves diz que a ração está mais cara, o que dificulta a criação. “Muitos colegas estão desistindo, preferindo comprar do que criar”, disse.
Segundo o estudo da Fundação Procon, um aumento nas exportações do frango causou uma queda na oferta do produto no mercado brasileiro. O economista Roberto Carvalho diz que outros fatores também influenciaram no preço do frango. “O aumento de renda da população brasileiro ampliou o consumo, sobretudo da carne de frango. Outro fator é que os preços não muito favoráveis no primeiro semestre afugentou que os produtores investissem mais”. Segundo ele, a queda no preço deve ser sentida nos próximos meses.