Redação SI 14/07/2004 – 08h30 – A ameaça do governo argentino de estabelecer cotas de importação para a carne suína brasileira causa interpretações diferentes em Santa Catarina. Enquanto os dirigentes industriais defendem a tese da abertura de novos mercados internacionais para evitar um colapso, a cadeia produtiva primária não vê problemas futuros causados por um virtual veto ao produto catarinense.
“A procura pela carne suína é grande e a Argentina não é um país auto-suficiente em produção. Por isso, essa ameaça não deve ter influência no mercado da carne aqui no Estado. A falta de suínos deve manter a atual cotação de preços”, afirma o vice-presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi.
O médico-veterinário e analista de mercado agrícola do Instituto Cepa, Jurandir Machado, tem opinião semelhante, embora admita que as posições argentinas podem representar uma ameaça. “Mas por enquanto tudo não passa de um grande bate-boca. Ninguém falou sobre a quantidade de importação que poderá ficar. E se isso acontecer, deve levar algum tempo para concluir as negociações. Não há preocupação grande porque as vendas para a Argentina são consideradas irrisórias”, comentou Machado.
De janeiro a maio o Brasil vendeu para o país vizinho 13.180 toneladas de carne suína e faturou o equivalente a US$ 17,9 milhões. A quantidade embarcada reduziu 19,7%, mas o faturamento cresceu 11,3% em relação ao mesmo período de 2004. Pelo menos 60% de toda a produção exportada saiu dos frigoríficos catarinenses.