As exportações de carne suína aumentaram 1,37% no acumulado deste ano em relação a igual período de 2011: o Brasil exportou 74.882 toneladas, em relação a 73.869 t em janeiro e fevereiro do ano passado. A receita, porém, caiu 0,65% no período: US$ 192,35 milhões, ante US$193,61 milhões nos dois primeiros meses de 2011.
Em fevereiro, isoladamente, as vendas externas de carne suína caíram 4,95% em volume (37.126 t) e 5,02% em valor (US$95,53 milhões), na comparação com fevereiro de 2011.
Argentina, retração de 85% nas vendas em fevereiro – As medidas restringindo a entrada de carne suína na Argentina levaram, em fevereiro, a uma queda acentuada nas vendas para aquele destino: 84,97% em volume (478 t) e 84,16% em receita US$ 1,51 milhão. O comércio praticamente parou.
“A Abipecs continua na esperança que o governo federal, por meio de atitudes e medidas práticas firmes, reverta o quadro, restabelecendo as exportações para o país vizinho. O Brasil importa significativos volumes de produtos agropecuários da Argentina. O Brasil exportou cerca de US$ 130 milhões de carne suína para a Argentina em 2011. Destacamos que o Brasil importa, na mesma ordem de grandeza, individualmente, volumes de batata, alho, pera, arroz e produtos lácteos, entre leite UHT e queijos. Existe a perspectiva até mesmo de a Argentina vir a exportar carne de aves para o Brasil”, afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Segundo ele, “a discriminação que vem sendo praticada pelo vizinho com a carne suína torna-se insustentável”.
Hong Kong, principal destino – Hong Kong permanece como principal destino da carne suína brasileira, respondendo por 33% das exportações no ano.
Rússia reage – A Rússia foi no passado o principal destino das exportações de carne suína e liderou as vendas do Brasil por 11 meses, em 2011. Em fevereiro, passou a ocupar a terceira posição, reagindo de posição inferior à registrada em janeiro, quando estava em sexto lugar. Essa melhora no ranking se deve à habilitação de dois novos frigoríficos brasileiros em janeiro, autorizados a exportar para o mercado russo.
“Iniciamos o mês de março com quatro frigoríficos habilitados e prevemos um novo pequeno crescimento. É essencial, porém, a interrupção das suspensões temporárias existentes em inúmeras unidades de abate e o fim do embargo, comprovadamente irregular, dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso”, diz Pedro de Camargo Neto. As vendas para a Rússia caíram 73,04% em toneladas, em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2011, e 72,08% em receita. O Brasil exportou 8,11 mil t e obteve uma receita de US$ 25 milhões. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o faturamento foi de US$ 89,63 milhões.
Ucrânia, crescimento de 397% – Para a Ucrânia houve um crescimento de 397,61% das exportações de janeiro e fevereiro, em volume, e de 342,89% em valor (13.076 t e US$ 36 milhões), em relação a igual período de 2011 (2.628 t e US$ 8,13 milhões). Angola é o quarto maior comprador.