O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou ontem (16/09) que foi notificado pela União Europeia sobre a retenção de um lote de 20 toneladas de carne bovina brasileira termoprocessada que estavam com resíduos do vermífugo ivermectina acima do limite aceito pelo bloco econômico. A carne foi exportada pela unidade do frigorífico Bertin localizada em Lins, no interior paulista.
Apesar de confirmar apenas a localização da planta, o Mapa informou que a notificação foi recebida anteontem (15) e já repassada à empresa, além de abrir um processo de investigação. No entanto, comunicou se tratar de um episódio pontual e que a carne retida foi produzida em junho, antes de ser implantado o plano de ação acordado entre o governo brasileiro, frigoríficos exportadores e autoridades sanitárias americanas, que também embargaram a entrada de carne bovina brasileira termoprocessada, no final de maio pelo mesmo motivo.
Segundo o ministério, diferentemente do caso americano, nesse não foram suspensas as exportações desse tipo de carne para a Europa. No entanto, já foi recomendado às empresas que vendem para a Europa a adoção do mesmo plano aplicado às vendas para os Estados Unidos, que inclui desde a conscientização de pecuaristas fornecedores quanto ao prazo de carência entre a aplicação do vermífugo nos animais e o abate até o aumento do rigor nas análises laboratoriais feitas no produto.
O Mapa informou ainda que adota uma norma internacional que estabelece o limite de presença do vermífugo na carne em 100 partes por bilhão (ppb). Para a carne termoprocessada entrar na União Europeia, no entanto, o limite é de apenas 20ppb. A carne termoprocessada representou, em 2009, 13,5% do 1,2 milhão de toneladas de carne bovina brasileira exportada, com 163 mil toneladas.