Redação SI (16/03/06)- Os exportadores de carne suína de Santa Catarina devem retomar as vendas para a Rússia a partir desta semana. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, estima que ainda hoje deve chegar a Brasília a notificação de Moscou autorizando o fim do embargo, iniciado em 13 de dezembro por causa dos casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Rio Grande do Sul também deverá ser beneficiado pela medida.
– Inicialmente será só para os dois Estados (SC e RS), mas posteriormente pode haver novos anúncios para a recompra – afirmou Maciel.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que representa o setor exportador de carne bovina, informou que o Ministério da Agricultura da Rússia já enviou comunicado ao Brasil suspendendo o embargo. Mas as autoridades brasileiras argumentaram ontem que, devido ao fuso-horário, as informações ainda não haviam chegado.
– Isso vai beneficiar mais o setor de carne bovina e suína. No comércio de aves, não há nada que possa beneficiar ou afetar, porque não há um comércio intenso nesse setor – explicou o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves.
O setor produtivo ainda não sabe quantificar os prejuízos nos Estados. Mas a avaliação das lideranças é otimista.
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, confirmou que há informações extra-oficiais ue vazaram entre integrantes do governo russo sobre a retomada das compras.
O fim do embargo russo à carne brasileira chegaria em boa hora para o Porto de Itajaí. Segundo o diretor-executivo do terminal, Marcelo Salles, a queda da restrição suprirá a baixa na exportação de frango prevista para os próximos meses, em virtude da gripe aviária.
No entanto, a suspensão do escoamento da carne até a Rússia não trouxe prejuízos diretos ao cais itajaiense, que registrou no primeiro bimestre de 2006 um incremento de 23% no volume de carga exportada, em relação ao mesmo período no ano passado.
– Claro que quanto mais carga mais receita teremos. Agora, sempre houve oscilação entre os produtos da cesta do porto. Há sempre um em ascensão que supera o que está em crise – diz Salles.