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Embargo russo preocupa avicultores

Produtores temem que excesso de oferta de carne de frango cause prejuízos às atividas.

Redação AI 23/06/2004 – 06h50 – A suspensão da venda de carne brasileira à Rússia está gerando preocupações dentro da cadeia produtiva. O presidente interino do Sindicato dos Criadores de Aves do Estado de Santa Catarina (Sincravesc), Eldir Taufer, disse que a perda do mercado russo pode ocasionar um colapso na avicultura nos mesmos moldes que a suinocultura já enfrentou no passado. “Quando cai o volume exportado, automaticamente cai o preço pago ao avicultor no campo, independente de ser ou não integrado à agroindústria.”

A entidade congrega hoje cerca de cinco mil criadores de aves em todo o Estado. Segundo Taufer, os reflexos ainda não causam prejuízos imediatos aos associados da entidade sindical, mas preocupam principalmente os avicultores que decidiram investir pesado na infra-estrutura dos criatórios. “Não deve levar 60 dias para os avicultores sentirem os impactos. Se há excesso de oferta de produto no mercado, quem geralmente paga o prejuízo é aquele que produz.”

Os efeitos do embargo também são sentidos no mercado catarinense de aves. Nos três dias úteis em que o Porto de Itajaí não registrou o embarque de frangos e derivados para a Rússia já ficou constatado um prejuízo acumulado de US$ 1,5 milhão para as agroindústrias catarinenses que exportaram, de janeiro a maio, 63,7 mil toneladas ao mercado russo, 29,5% do total comercializado pelo Brasil.

Com as exportações de suínos o problema e os prejuízos são ainda maiores: US$ 1 milhão por dia, segundo as agroindústrias catarinenses que juntas vendem cerca de 20 mil toneladas de produtos todos os meses e faturam o equivalente a US$30milhões. Nos primeiros cinco meses do ano, o Brasil exportou 150 mil toneladas de carne suína para a Rússia, 30% a mais que no mesmo período do ano passado.