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Embarque de milho à China ainda está só no papel

A falta de uma "lista de exportadores" ainda deve atrasar os embarques para os chineses.

Embarque de milho à China ainda está só no papel

Apesar do otimismo do governo brasileiro que anunciou que o Brasil começaria a exportar milho “imediatamente” para a China após a assinatura do acordo fitossanitário entre os dois países em novembro, os produtores ainda não estão exportando o grão para os asiáticos. A falta de uma “lista de exportadores” ainda deve atrasar os embarques para os chineses.

Segundo uma fonte do Ministério da Agricultura, a lista é a última etapa necessária para colocar em prática o tratado assinado em novembro. O ponto principal já foi fechado, com a assinatura do acordo fitossanitário, que definiu alguns padrões de qualidade do produto a ser embarcado para a China.

Agora, a próxima etapa, que está sendo tocada pelo Ministério da Agricultura, prevê a elaboração de uma lista de interessados em exportar. Essa relação é necessária, segundo a fonte, para definir quem se enquadra nas exigências dos chineses. Com a falta da lista, portanto, os embarques seguem travados.

Os exportadores interessados e que cumpram as exigências devem se manifestar via entidades que os representam. Essas entidades estão coletando os pedidos. Em seguida, as associações devem encaminhar a lista do ministério, que a publicará. “Esse mecanismo vai ajudar o setor privado e o importador chinês a saber quem se enquadra nos padrões estabelecidos pelos acordo fitossanitário”, disse uma fonte da Agricultura.

Somente com essa etapa concluída é que os importadores chineses poderão começar a fechar contratos com os exportadores nacionais. O ministério aguarda que mais dados sejam entregues para que a publicação seja feita.

“Já recebemos bastante informações das entidades que representam os produtores e exportadores de milho, mas estamos esperando um número maior de dados antes de publicar a lista final”, afirmou uma fonte da Agricultura.

Atualmente, os chineses barram a entrada do milho brasileiro por meio de uma série de exigências válidas para o grão tipo semente, apesar de o Brasil insistir que exporta o grão para consumo. Apesar de o Brasil pedir a liberação há anos, o processo somente se acelerou nos últimos meses devido ao interesse dos asiáticos. De acordo com a FAO, a agência da ONU para agricultura e alimentação, o aumento das compras chinesas é uma das razões para a alta prevista de 13% das importações globais do milho em 2013/14.

Apesar da falta de uma lista, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, tem dito que os brasileiros estão autorizados a exportar. Em entrevistas recentes e ao voltar da China, Andrade afirmou que os empresários brasileiros deveriam procurar compradores para o milho brasileiro. “A parte do governo, de propor a abertura do mercado, já foi feita. Agora é a vez do empresário negociar a venda”, disse Andrade, na saída de uma reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em 26 de novembro.

A informação, porém, foi negada por fontes da área técnica da Pasta. “De fato ainda falta a publicação da lista, que já está sendo finalizada, e esperamos publicá-la o mais breve possível. Estamos aguardando uma maior adesão antes de publicar a primeira lista”, disse a fonte.

A expectativa do governo é de que os embarques possam evoluir até alcançar cerca de 10 milhões de toneladas do grão por safra – o que, a preços atuais, agregaria cerca de US$ 2 bilhões às exportações do agronegócio nacional.