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Embarques de carne suína do MT registram queda no acumulado do ano

Os resultados positivos registrados em julho não foram suficientes para reduzir significamente a queda, que foi de 44% nos primeiros sete meses do ano em relação a igual período de 2011.

Embarques de carne suína do MT registram queda no acumulado do ano

As exportações da carne suína de Mato Grosso continuam apresentar queda no acumulado do ano. Nem mesmo o aumento dos embarques em 34,7% no mês passado frente ao mesmo período em 2011, e alta de 18,6% na receita obtida com as embarcações no período, foram suficientes para puxar o índice no intervalo de sete meses. De janeiro a julho deste ano, os envios ao exterior somaram US$ 14,10 milhões, retração de 44% ante 2011. O volume embarcado também encolheu 28%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), divulgados nessa segunda-feira (13).

De acordo com o setor no Estado, esse cenário ainda é reflexo das restrições russa as carnes estaduais. Entidades ligadas ao setor afirmam que caso a situação não seja regularizada nas próximas semanas, a cadeia fechará o ano com resultado inferior a 2011. No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, foram embarcadas 6.626 mil toneladas da carne suína do Estado. O valor é 26,8% menor que o registrado no acumulado do ano passado (9.054 mil t). O valor arrecado com as embarcações contabilizou uma redução ainda maior. No total o resultado dos envios somaram um faturamento de US$ 14,1 milhões no acumulado deste ano, contra US$ 25,5 milhões em igual período do ano passado, queda de 44,8%.

Conforme o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion, a queda ainda é resultado do embargo russo às carnes mato-grossenses. “Mesmo com a abertura de alguns mercados, nós ainda não conseguimos acompanhar o resultado do mesmo período de 2011”, explica. O setor pode fechar 2012 com volume e receita menor que o registrado no ano passado, caso a situação não seja revertida nas próximas semanas, segundo o representante. “Nós estamos otimistas quanto a liberação dos embarques para a Rússia, porém, se isso não acontecer o mais rápido possível, nós iremos registrar números inferiores ao ano passado”, explica.

Resultados de julho – O mês de julho colaborou para que a queda no acumulado não fosse maior. A receita com as exportações de carne suína em julho apresentou uma elevação de 18,6%, chegando a US$ 2,330 milhões. Em julho de 2011, as negociações alcançaram US$ 1,963 milhão. Apesar de ainda estar sob efeito do embargo parcial russo, o volume embarcado também cresceu 34,7% e registrou 1,071 mil toneladas enviadas ao mercado internacional. No ano passado foram 795 toneladas. Segundo o presidente da Acrismat, o aumento nos envios se deve a abertura de novos mercados e a retomada dos envios para a Argentina. “Conquistamos alguns mercados novos, e com a retomada das importações argentinas, conseguimos apresentar um resultado positivo em julho”, pontua. A expectativa do setor para esse semestre é de que a Rússia libere os embarques estaduais, para que assim o segmento possa se recuperar.

Preço ainda não cobre custos – Apesar da valorização do quilo vivo do suíno em Mato Grosso nas últimas semanas ter sido crescente, a majoração ainda não se tornou suficiente para minimizar os impactos gerados pela crise enfrentada na cadeia. Nas últimas semanas, os preços pagos ao produtor acumularam alta de 25%, saltando de R$ 1,88 para R$ 2,35 entre a última semana de julho até ontem, ainda não há o que se comemorar. O aumento nos preços do farelo da soja e do milho tem deixado os produtores ainda mais preocupados. O preço do farelo chega a ser 140,3% maior, enquanto o milho chega a 46,6%, segundo a Acrismat.

Para o presidente da entidade, Paulo Lucion, mesmo diante dessa valorização do preço pago ao produtor, o produtor ainda não conseguiu reduzir a diferença entre custo de produção e ganhos, em função dos últimos aumentos registrados nos commodities milho e soja. “Nós ainda não conseguimos recuperar os prejuízos. A situação quanto ao preço pago pelo quilo vivo do suíno melhorou, porém o principal ingrediente da ração mais que dobrou do início do ano até agora”, esclarece Lucion.

A expectativa é de que o governo, possa conceder a conceda a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A reivindicação é isenção temporária de imposto como medida de atendimento emergencial para toda a classe suinocultora.