Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Embarques de frango crescem 50%

O conflito no Oriente Médio favoreceu as exportações brasileiras de frango no primeiro trimestre deste ano.

Redação AI 14/04/2003 – O conflito no Oriente Médio favoreceu as exportações brasileiras de frango no primeiro trimestre deste ano. Em volume, as vendas externas cresceram 50% sobre igual período de 2002, para 483,9 mil toneladas. A receita foi de US$ 372,1 milhões, um aumento de 19,4%, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Os dados foram divulgados pelo novo presidente da Abef, Júlio Cardoso. Ele substitui Nildemar Secches, presidente da Perdigão.

Segundo Cardoso, que preside a Seara Alimentos, o crescimento expressivo nos embarques no trimestre decorreu, em grande parte, da demanda de países do Oriente Médio, que se estocaram diante da perspectiva de guerra no Iraque. As vendas à região cresceram 43% até março, para 160 mil toneladas.

A antecipação de compras pela Rússia devido à imposição de cotas de importação também influiu para a alta. As vendas saltaram 238% sobre os primeiros três meses de 2002, para 100,9 mil toneladas.

Apesar do forte crescimento, os exportadores continuam a enfrentar preços deprimidos devido à oferta excessiva de frango, disse Cardoso. No primeiro trimestre, o preço médio do frango na exportação ficou em US$ 796 FOB por tonelada, 17,7% menos que no mesmo intervalo do ano passado.

“A meta para este ano é a recuperação de preços”, disse Cardoso. Para ele, não adianta vender muito mais praticando preços baixos. Por isso, defende que as empresas “resistam às pressões por descontos”.

Para este ano, o novo presidente da Abef projeta um crescimento de 8% nos volumes exportados, que somaram 1,624 milhão de toneladas em 2002. A expectativa é que a receita cresça 12% sobre os US$ 1,4 bilhão do ano passado.

As metas são ambiciosas diante dos obstáculos do setor, como as cotas russas e os testes de 100% nas cargas destinadas à União Européia por causa da proibição do uso de nitrofurano. “Esperamos não perder muito na Rússia e começar a exportar para mercados já abertos, como China e Canadá”.

Cardoso acrescentou, finalmente, que novas oportunidades podem se abrir no Oriente Médio após o fim da guerra no Iraque. “Podemos participar da reconstrução como fornecedores de carnes”.