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Embarques de frango do RS caem com doenças

<p>O caso de Newcastle teve influência pequena na queda porque só afetou o desempenho de julho.</p>

Redação AI (30/08/06)- O surto de gripe aviária na Europa e na África no primeiro semestre e o foco da doença de Newcastle confirmado no início de julho no Estado reduziram em 7,85% as exportações de carne de frango (inteiros e cortes) do Rio Grande do Sul de janeiro a julho em comparação com o mesmo período do ano passado. Com a queda, o volume ficou em 363,69 mil toneladas, informou nessa terça-feira (29-08) o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt.

Conforme o executivo, o caso de Newcastle teve influência pequena na queda porque só afetou o desempenho de julho e os embargos impostos pela maioria dos importadores limitaram-se aos produtos originários de um raio de dez ou 50 quilômetros em torno do foco. Apenas a Rússia suspendeu as compras de todo o Estado.

Mesmo assim, o governador Germano Rigotto pediu ao ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que oficialize a extinção do foco na visita que ele fará à Expointer 2006, em Esteio, amanhã e sexta-feira, já que os exames realizados nos pintos “sentinelas” colocados no foco apresentaram sorologia negativa. Rigotto fez o pedido por solicitação da diretoria da Asgav para acelerar o levantamento dos embargos internacionais. Na sexta-feira, o Estado também publicará a portaria em que formaliza a intenção de aderir ao Plano Nacional de Prevenção à Gripe Aviária e à Doença de Newcastle.

A queda nos embarques físicos de frango inteiro e corte, porém, foi parcialmente compensada pelo aumento de 3,16% no preço médio por tonelada, para US$ 1.111, informou a Asgav. Como resultado, o faturamento das vendas externas recuou 4,94%, para US$ 404,06 milhões.

Com os produtos industrializados, a queda foi maior, de 10,96% (para US$ 449,1 milhões), um pouco abaixo da retração de 11,56% verificada nas exportações de todo o país, para US$ 1,67 bilhão.

As vendas gaúchas de carne de frango também caíram no mercado interno, informou a Asgav. O recuo foi de 19,04% até julho, para 130,01 mil toneladas, com retração ainda mais acentuada nas vendas para outros Estados: 33,36%, para 45,5 mil toneladas. Conforme Vogt, as restrições impostas por Santa Catarina para a venda e o transporte de produtos avícolas do Rio Grande do Sul ajudaram a puxar o desempenho para baixo.

Por conta disso, Rigotto pedirá ao governo de Santa Catarina que elimine o embargo para o ingresso e trânsito de aves para recria do Rio Grande do Sul. Essa é a última restrição ainda em vigor do lado catarinense e, de acordo com o diretor da Asgav, Mauro Gregori, cinco granjas gaúchas estão com 250 mil frangas prontas para o embarque e correm o risco de perder R$ 3 milhões.

No total, a produção de carne de frango no Rio Grande do Sul (incluindo industrializados) caiu 16,13% até julho, para 542,5 mil toneladas. Ao mesmo tempo, os abates diminuíram 11,96%, para 341,98 milhões cabeças, enquanto o alojamento recuou 15,77%, para 338,96 milhões de pintos de corte. As vendas totais (importações e exportações) encolheram 11,09%, para 493,7 mil toneladas, e considerando os produtos industrializados a queda alcançou 16,62%, para 546,56 mil toneladas.

O Ministério da Agricultura informou ontem que não foi notificado oficialmente sobre a decisão da China de suspender as importações de frango do Amazonas, por causa de um foco de Newcastle no Estado. De qualquer forma, segundo ministério, a medida não tem impacto, já que o Estado não é exportador.