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Embarques de Uruguai e Paraguai ganham fôlego

<p>No vácuo deixado pela Argentina, Paraguai e Uruguai avançaram no mercado de carne bovina.</p>

Redação (30/07/07) – As exportações paraguaias pularam de pouco mais de US$ 100 milhões em 2003 para mais de US$ 500 milhões em 2006. A produção bateu recorde com 250 mil toneladas entre carne fresca e subprodutos. No primeiro semestre, já foram exportados 165 mil toneladas. "Há um novo entusiasmo no setor", afirma Carlos Pereira Benza, presidente da Comissão de Carnes da Associação Rural do Paraguai (ARP). 

Em 2006, o Uruguai produziu 616 mil toneladas, quase 40% acima de 2005 e o dobro de 1995. As exportações, de 513 mil toneladas, subiram mais de 20%. No caso do Paraguai, Benza explica que além do recuo argentino, o Mato Grosso do Sul deixou de exportar para a Rússia por causa da aftosa. Com isso, a Rússia se tornou o maior cliente do Paraguai, ao lado do Chile. As vendas ao mercado russo representaram 39% do volume e 33% da receita com as exportações de carne bovina do País. 

Benza relata que como 2006 foi um ano excelente para a pecuária paraguaia, atraiu novos investimentos – nacionais e estrangeiros – em fazendas, animais e tecnologia, algo que não se via há muitos anos no País. "Esse movimento começou em 2005 e continua hoje. Nosso desafio é torná-lo sustentável", afirma o executivo. 

Um relatório da ARP mostra a importância das exportações de carne bovina para os dois menores sócios do Mercosul. Enquanto o Brasil representa 60% das vendas externas de carne do Mercosul, arrecada com o produto apenas 1,5% do total exportado. Para a Argentina, o peso da carne bovina é de 3% da pauta de exportações enquanto para o Uruguai é 17% e para o Paraguai, 26,3%. "A pecuária é um setor muito importante para nossa economia", diz. 

Nesse contexto, afirma Benza, é de fundamental importância para os sócios menores do Mercosul o programa conjunto de controle da aftosa incluído nos projetos financiados pelo Fundo para Convergência Estrutural (Focem) do Mercosul. "Agora começamos a trabalhar em conjunto contra a aftosa, um problema que nos afeta a todos". 

Para Marcelo Fielder, secretário executivo da Sociedade Rural Argentina (SRA), o avanço do Paraguai e do Uruguai é o resultado de um trabalho que já começou no Mercosul e que deve trazer mais benefícios nos próximos anos. "Nós, como produtores do Mercosul, estamos trabalhando para ter uma estratégia comum como mercado regional, mas respeitando as capacidades e especialidades individuais de cada País", diz.