O setor de avicultura está em expansão no Brasil e no Ceará. Prova disso é que, nos últimos anos, o consumo de carne de frango e de ovos vem crescendo e a já atingiu a marca de 40 quilos per capita/ano e 140 ovos per capita/ano. De acordo com o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis, o setor é bastante dinâmico e gera 50 mil empregos diretos e indiretos. “O consumo de frango e de ovos está crescendo e 90% do que é produzido no Ceará é destinado para o consumo interno. O restante é comercializado para os estados vizinhos, como Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte. “Diariamente, são produzidos 3,7 milhões de ovos e, semanalmente, são abatidos 1,7 milhão de frangos”, afirma.
Entre os fatores que contribuem para a expansão da avicultura, está o valor acessível cobrado pelo frango e pelos ovos.
Atualmente, o quilo de frango custa cerca de R$ 2,99, já a bandeja com 30 ovos tem preço médio de R$ 5,00. “O frango é um produto bastante ofertado e possui preços atrativos. Assim, o consumo da carne de frango e também dos ovos vem crescendo rapidamente”, avalia Reis.
Gargalo
Conforme o presidente da Aceav, neste ano, apenas um fator preocupa a avicultura no Ceará: a baixa produção de milho devido à quadra invernosa abaixo da expectativa. “Ainda não começamos a sentir os efeitos da redução da safra do milho, pois a coleta desse produto só começa no segundo semestre, mas isso traz preocupações para o setor. Para suprir as necessidades da atividade, iremos aumentar a importação de milho de estados como Piauí, Maranhão, Bahia e Goiás”, conta.
O setor no Brasil
Para o gerente de formulação de produtos para avicultura da Guabi, empresa especializada em nutrição animal, João Carlos de Angelo, o País tem potencial para ser o polo produtor do mundo em razão das condições favoráveis de clima, área, mão de obra, condições de biosseguridade e capacidade empreendedora para projetos avícolas. “Tanto o mercado interno quanto o externo estão aquecidos. Hoje, cada brasileiro consome 40 quilos de carne por ano. O objetivo é fazer com que este consumo aumente em torno de 3% nos próximos anos”, diz.
De acordo com a União Brasileira de Avicultura, há perspectiva de que o Brasil produza este ano em torno de 11,5 milhões de toneladas de frango. Deste montante, 3,7 milhões de toneladas devem ser exportadas. Só em maio deste ano, o Brasil embarcou 322 mil toneladas da carne, o que representa um faturamento de US$ 563,6 milhões. Um incremento de 6%, se comparado ao mesmo período em 2009. A maior receita da exportação nacional é alavancada pela venda de cortes de frango. Em seguida, aparece o comércio de frango inteiro, o produto industrializado e a carne salgada.
A produção de pintos também deve ampliar sua produção, que pode chegar a 5% nos próximos anos, caso haja aumento de alojamento de pintos. No primeiro semestre deste ano, o País registrou 2,9 bilhões de pintos alojados, um avanço de 10,5% comparado ao ano anterior.
De olho na Ásia
Conforme o gerente da Guabi, o Brasil está aproveitando a retração no consumo da Europa e Estados Unidos para focar, em especial, nos países asiáticos. A consultoria em agronegócios Safras & Mercado estima que a exportação de frango brasileiro para a China deve subir 757% por mês até 2011. Um salto médio de sete mil toneladas do produto, atualmente embarcado por mês via Hong Kong, para até 60 mil toneladas. Outros mercados emergentes que o Brasil aposta em aumento nas exportações são: Ásia, Oriente Médio, África, Japão, Venezuela, Uruguai e Chile.
Mercado de Rações
O Brasil é o terceiro maior produtor de ração, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (1° lugar) e da China (2° lugar). Para este ano, o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) estima uma produção de ração nacional de 62,4 milhões de toneladas, um incremento de 6,85% se comparado ao volume de 2009. Deste montante, 33,39 milhões de toneladas serão destinadas à avicultura.