Em encontro realizado, ontem (25/05), na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Origem Animal (Sindan) os presidentes de cinco entidades da cadeia produtiva da suinocultura se reuniram para organizar uma agenda comum de assuntos convergentes, visando debater os temas de interesse dos diversos elos e atuar no sentido de operar soluções. Pela primeira vez, reuniu-se os presidentes da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Irineu Wessler; Pedro Camargo, da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs); Mário Cutait, do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações); Hermanus Wigman, da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suinos (Abegs); e o líder da entidade anfitriã, Emílio Salani.
Depois de três horas de debates, com a presença de cerca de trinta gestores de departamentos de suínos de empresas dos vários segmentos, o grupo concordou em produzir, no prazo de 30 dias, um documento sintetizando as principais preocupações do setor. A idéia é organizar um posicionamento conjunto que possa, por exemplo, ser apresentado às novas lideranças governamentais, que tomam posse no início do próximo ano. Um dos pontos que seguramente deverá constar do documento, pelo encaminhamento do debate, é a questão da política de sanidade animal do país, com foco na febre aftosa, que continua sendo o principal gargalo para o desenvolvimento das exportações brasileiras de carne suína.
Para Irineu Wessler, o documento será um primeiro passo no sentido de dar visibilidade concreta aos entendimentos que já estão sendo realizados para consolidar a visão de cadeia produtiva. “Precisamos enterrar um passado de confrontos desnecessários e contraproducentes e construir o futuro de uma cadeia forte e organizada em torno dos seus interesses”, disse Irineu.
Durante sua fala, o presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, destacou a importância do encontro, no qual foi extremamente participativo em todas as esferas de assuntos debatidos. “É importante conversar, temos muitos interesses comuns e isto deve ser explorado positivamente”, afirmou.
Mário Cutait, do Sindirações, comentou que “nós só nos encontramos para apagar incêndio; agora é importante nos encontrarmos desta forma, para planejar nossas ações, coletar subsídios para o planejamento estratégico das empresas”.
O presidente da Abegs, Hermanus Wignman, elogiou a formação do grupo, colocou a entidade à disposição e destacou a necessidade do setor dispor de números mais qualificados para favorecer o planejamento empresarial.
“Precisamos construir melhor a influência do setor e um documento conjunto ajudaria a brifar aqueles que influenciam diretamente a nossa atividade”, disse Milton da Silva Pereira, diretor executivo do Sindan. O presidente do Sindan, Emílio Salani, abriu o encontro dizendo que as portas da entidade estão permanentemente abertas para realizações do gênero.
Levantamento sócio econômico da suinocultura
No segundo painel do evento, o diretor da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini, conduziu um debate sobre o levantamento e a sistematização dos números da suinocultura brasileira, necessidade acentuadamente identificada pela ABCS quando do contato com as principais lideranças reunidas em tordo do Sele Empresa Amiga administrado pela entidade.
Na oportunidade, Jurandi Machado, da Abipecs, fez uma exposição analisando o mercado de carne suína. Para o técnico, a maioria dos dados do setor já estão disponíveis e podem ser organizados, permitindo uma avaliação do que a cadeia produtiva representa, hoje, dos pontos de vista econômico e social para o País.
Dirceu Talamini admitiu que a Embrapa pode participar de um esforço de organização desses dados e que vai agendar uma reunião, em Concórdia (SC), com esta finalidade.