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Manejo

Energia barata reforça a suinocultura do Paraná

O fornecimento de energia elétrica no período noturno fica mais barato.

As boas novas foram anunciadas pelo governador Roberto Requião, diretamente ao presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Irineu Wessler, que estava acompanhado de um grupo de suinocultores de várias regiões do Estado e do superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves. O apoio governamental dará suporte ao setor, diante da queda das exportações de carne suína acentuada no primeiro trimestre de 2009.

As exportações, que eram em torno de 600 mil toneladas em 2007, caíram para 520 mil toneladas em 2008. Com esta refração, o volume excedente foi comercializado no mercado interno, fazendo cair a cotação nos preços pagos ao produtor e agravando ainda mais a crise. A defasagem chegou a aproximadamente R$ 0,60 por quilo de animal vivo. Segundo cálculos da Associação de Suinocultores, o custo médio da produção é de R$ 2,30 por animal vivo e o mercado está pagando R$ 1,70 por quilo. Isso quer dizer que o prejuízo por um animal de 100 quilos chega a R$ 60,00.

A notícia da inclusão dos suinocultores no programa de fornecimento de energia elétrica barata no período noturno dará um novo fôlego aos produtores. O governador Requião também garantiu aos suinocultores apoio para convencer o governo federal a atender uma antiga reivindicação do setor, que é a criação de um preço mínimo de referência para o quilo de suíno vivo, em torno de R$ 2,10 a R$ 2,20. A medida vai permitir a operacionalização dos mecanismos de comercialização do produto.

Vale ressaltar que sem preço de referência não há como a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, acionar os instrumentos disponíveis para acelerar a comercialização dos produtos. O Paraná também vai defender junto ao Governo Federal a possibilidade da criação de um plano de escoamento da produção para carne suína, facilitando o deslocamento do produto para as regiões Norte e Nordeste do Brasil e compensando as perdas com o mercado externo.

Dentre todas estas novidades, a redução nos custos de energia elétrica é a que melhor vai contemplar o setor, devido ao volume consumido na produção de ração e no aquecimento dos leitões. Segundo estimativa da Associação de Suinocultores, uma propriedade que tem em média 200 matrizes, gasta entre R$ 1 mil a R$ 1,1 mil por mês com energia elétrica. Com o programa do Governo do Estado a economia será de aproximadamente R$ 700 ao mês.

A idéia é que a adesão dos suinocultores ocorra de forma gradativa, como acontece com os programas já implantados. De acordo com levantamento da Copel, o Programa de Avicultura Noturna já recebeu mais de 2,8 mil pedidos de ligação desde que foi implantado, em meados de 2007. Já o Programa de Irrigação Noturna registrou 1.651 pedidos desde sua implantação, em meados de 2004.

A inclusão da carne suína na merenda escolar vai elevar o consumo e garantir vazão ao produto no Estado. A própria Associação se comprometeu a incrementar campanhas em gibis, cartilhas e boletins técnicos direcionados aos estudantes e professores, como alternativa para incentivar a aceitação do produto. Hoje o consumo per capta/ano de carne suína no Brasil é de 13 quilos, bem inferior aos 45 quilos de consumo per capta/ano da Europa. A meta dos suinocultores é ampliar em pelo menos dois quilos o consumo per capta/ano no país.