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Engenheiros apresentam os impactos da crise no agronegócio

Queda da demanda internacional por produtos nacionais é tema de seminário.

A queda da demanda internacional por produtos brasileiros e a menor disponibilidade de crédito são os principais impactos da crise econômica internacional sobre os artigos agropecuários. Estas e outras questões serão debatidas durante o Seminário de Agronegócios, quinta-feira (14), a partir das 8h, no auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP). O seminário, promovido pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AESP), em parceria com o SEESP, também vai abordar os impactos nas exportações de produtos, gerenciamento de riscos e mercado internacional de bicombustíveis.

Segundo o presidente da AESP, Arlei Arnaldo Madeira, a iniciativa pretende abordar questões fundamentais, proporcionando ao público oportunidade de refletir sobre os impactos da crise no agronegócio brasileiro. “Face à crise financeira mundial e ao crescente risco da atividade rural brasileira, são exigidos novos e emergenciais modelos de política agrícola, em especial para garantir a estabilidade da renda do produtor”, destaca Madeira.

Apoiador do evento, o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), Murilo Celso de Campos Pinheiro, concorda com o dirigente da AESP e afirma que a realização dos debates é de fundamental importância para identificar a melhor saída de recuperação da crise econômica. “O seminário possibilita ampliar a discussão sobre problemáticas atuais e apresentar soluções e alternativas para o desenvolvimento sustentável do setor”, afirma.

Exportações – Um dos principais temas abordados na programação será o reflexo da crise no setor de exportações de produtos. Para André Nassar, diretor-executivo do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), palestrante do tema, a retração do volume dos produtos exportados chamam a atenção para situação das carnes (bovina, suína, de frango e de peru). “Em todos os casos a queda se estendeu ao longo do segundo semestre do ano passado, apresentando leves recuperações no mês de dezembro, fruto, provavelmente, de uma melhora no mercado de crédito com os leilões do Banco Central”, explica.

Dados do Ministério da Agricultura mostram que houve uma redução de aproximadamente 10% nos valores exportados. De janeiro a março, somavam US$ 13,9 bilhões em 2008, caindo para US$ 12,5 bilhões em 2009. O decréscimo é resultado da queda da demanda internacional e a menor disponibilidade de crédito para exportações. Além de uma redução dos montantes contratados, observa-se uma elevação nas taxas de juros das operações e o protecionismo de alguns países para combater os reflexos da crise.

De acordo com Nassar, embora a escassez de crédito seja uma das conseqüências da crise, significando que as linhas de financiamento às exportações levarão algum tempo para se normalizar. “O que mais me preocupa são os efeitos sobre a demanda por importações. Mesmo sem saber quanto tempo o crédito vai levar para se normalizar, podemos dizer que esse mercado tende a se estabilizar mais rapidamente do que uma possível retração na demanda”, destaca o engenheiro.

Também participam dos painéis os engenheiros Roberto Rodrigues, presidente do conselho superior do agronegócio; Ivan Wedekin, diretor de produtos do agronegócio e energia da BM&F e Marcos Sawaya Jank, presidente da Única (União da Indústria de Cana- de- açúcar).

Serviço:
Seminário “A crise internacional e seus impactos no agronegócio brasileiro”
Data: Quinta- feira (14.05), das 8h00 às 17h30
Endereço: Auditório do SEESP (Rua Genebra 25 – Bela Vista – São Paulo)
Informações: 3221-6322