As “retenciones”, tarifas aplicadas sobre as exportações agrícolas argentinas, têm sido uma das medidas-chave do governo argentino para regular o comércio de produtos agrícolas. A imposição dessas tarifas visa a proteger o mercado interno, mas também tem implicações no cenário internacional.
Em uma entrevista à Gessulli Agrimídia, Ariovaldo Zani, presidente do Sindirações, compartilhou suas perspectivas sobre o impacto das retenciones argentinas no mercado de nutrição animal brasileiro. Zani destaca que o Brasil costuma importar uma pequena quantidade de milho dos vizinhos (Argentina e Uruguai), embora as safras domésticas tenham sido suficientes para atender a demanda no setor de nutrição animal.
“Com o fim das retenciones, os produtores argentinos poderão formular rações mais baratas para aves e suínos, ganhando mais competitividade em relação aos produtores brasileiros”, aponta Zani.
A retirada das retenciones argentinas sobre produtos agrícolas, como milho e soja, pode impactar positivamente o setor de aves e suínos no Brasil. Zani observa que “a retirada das ‘retenciones’ devolve rentabilidade aos produtores locais que podem incrementar a produção e exportação das respectivas mercadorias. O milho e a soja desempenham um papel fundamental na alimentação de aves e suínos, e a redução no custo desses insumos certamente pode impulsionar a produção argentina de proteína animal (carnes, ovos, etc.). Além disso, a maior oferta desses grãos no mercado internacional contribui para a estabilização dos preços nas transações realizadas em países que os consomem, como o Brasil e os Estados Unidos.”
Neste cenário, as retenciones argentinas sobre produtos agrícolas desempenham um papel crucial no mercado de nutrição animal no Brasil, especialmente para aves e suínos. A retirada dessas tarifas pode tornar a produção argentina de proteína animal mais competitiva, afetando diretamente o mercado de nutrição animal brasileiro e internacional.