Para evitar uma alta no preço das carnes e garantir o equilíbrio dos produtores de proteína animal, o governo estuda zerar o PIS/Cofins do milho na importação. A medida visa garantir o abastecimento adequado do País depois de uma quebra de safra em algumas regiões.
Importante na culinária brasileira, o grão é usado em pratos como canjica, cuscuz, polenta, angu, mingau, bolo e pamonha. Também afeta a mesa e o bolso das famílias porque é o principal insumo das rações animais, o que tem relação direta com o preço da carne.
Em um curto período de tempo, em pouco mais de dois meses, o preço da saca mais que dobrou. Para os produtores de suínos, por exemplo, afetou o planejamento financeiro e de abates. Agora, o produto que eles colocam no mercado está com preço abaixo do custo de produção.
Segundo José João Bernardes, presidente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), a alta do milho impacta o ciclo produtivo de suínos por deixar o produtor no prejuízo, em um primeiro momento ele vende a proteína a um valor abaixo do custo de produção.
Equilíbrio financeiro
“O produtor tem um tempo para assimilar esse prejuízo. Se esse processo demorar, ele vai descarar matriz e aumentar o preço para o consumidor”, explicou.
No caso do boi, ele relatou que se reduz os confinamentos e, em um período de seca, com pouco pasto, a produção de carne vermelha cai.
Com esse cenário, o governo estuda formas de equilibrar o mercado doméstico de milho. Uma alternativa estudada é zerar o PIS/Cofins na importação. Atualmente, há incidência de 1,65% de PIS e de 7,6% de Cofins na compra externa do produto.