A valorização do real frente ao dólar, a solução para o acúmulo de créditos tributários e a desoneração das exportações estão entre as prioridades da agenda que visa ao aumento da competitividade da indústria brasileira no mercado internacional.
A ampliação da participação do Brasil no comércio global também depende da simplificação dos processos aduaneiros, da melhoria da infraestrutura e dos sistemas de logística. Essas são as conclusões da sessão temática Economia Internacional, realizada no final da tarde dessa terça-feira (17), durante o 4 Encontro Nacional da Indústria (Enai).
Temos muitos problemas estruturais que diminuem a competitividade dos produtos brasileiros e comprometem o desempenho das empresas exportadoras, disse o presidente do Conselho Temático de Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre, que também preside a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Tigre explicou que as perdas dos exportadores com a desvalorização do dólar frente ao real podem ser atenuadas com a compensação mais acelerada de créditos de impostos que incidem sobre as vendas externas, como o PIS e o Cofins.
São bilhões de reais que podem melhorar o fluxo de caixa das empresas, afirmou Tigre, acrescentando que outra medida importante é a desoneração dos tributos sobre as exportações.
Ele coordenou a sessão temática que também teve a participação do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral; do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro; e da executiva da Embraco/ Whirlpool, Maria Tereza Bustamante.
As prioridades e recomendações identificadas durante as sessões temáticas serão consolidadas no documento final do 4 Enai. Na área de economia internacional, os empresários que participam do Enai sugerem a redução dos custos portuários e aeroportuários e a melhoria das condições de acesso aos financiamentos voltados às exportações. Propõem ainda a ampliação dos regimes especiais de exportação e importação, como a Linha Azul e do drawback, e a expansão da contratação do seguro de crédito à exportação.
Os empresários também estão atentos a eventuais medidas protecionistas e recomendam a manutenção de sistemas de monitoramento de barreiras comerciais que atinjam as exportações brasileiras. Defendem ainda a incorporação de medidas que impeçam a introdução de barreiras comerciais no acordo sobre mudanças climáticas.
Para facilitar o acesso das empresas brasileiras ao mercado externo, os industriais apóiam a conclusão da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio, a busca de um acordo mais abrangente de livre comércio com o México e a ampliação dos tratados com a India e a África do Sul. As informações partem da Unidade de Comunicação do Sistema Fiergs.