Dois anos depois de anunciar que entraria na produção de álcool, açúcar e cogeração de energia, a ETH Bioenergia, o braço da Odebrecht no setor sucroenergético, inicia as operações nos três projetos “greenfield” que desenvolveu.
Apesar da crise global e do aperto vivido pelo setor desde 2008, a empresa diz que não retardou investimentos nos projetos e inaugura hoje o “greenfield” (projeto de implantação de usina começando do zero) de Goiás. Os de São Paulo e Mato Grosso do Sul começam a operar nas próximas semanas.
A ETH teve, no entanto, de aprender a conviver com a crise e a tomar medidas que não estavam em seus planos originais. Capitalizada, acabou sendo financiadora de fornecedores de equipamentos, que viram o crédito secar desde o segundo semestre do ano passado.
Em alguns casos, ela teve de auxiliar até na gestão de fornecedores dos fornecedores para que houvesse a manutenção do cronograma dos projetos. Do lado da produção de matéria-prima, a crise no setor sucroalcooleiro fez alguns produtores pisarem no freio no plantio. Com isso, a empresa inaugura o “greenfield” de Goiás, na cidade de Caçu (sul do Estado), moendo 90% de cana própria.
“Plantamos mais cana do que imaginávamos”, diz José Carlos Grubisich, presidente da ETH. A intenção da empresa é operar com 55% a 60% de cana própria em suas unidades.
A ETH já nasce com força, sua capacidade de moagem é de 13 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Os três projetos que serão inaugurados têm capacidade de moagem de 9 milhões de toneladas -outras duas unidades adquiridas prontas em 2007 e 2008 moem mais 4 milhões de toneladas.
Nesta safra 2009/10, ela prevê moer de 7 milhões a 8 milhões de toneladas de cana e produzir 500 milhões de litros de álcool. A produção de açúcar pode atingir 230 mil toneladas.
A ETH, que tem 33% de participação da japonesa Sojitz Corporation, espera atingir a moagem de 40 milhões de toneladas até 2015. Se concretizada essa meta, a empresa atingirá, naquela data, a produção de 3 bilhões de litros de álcool e de 1,2 milhão de toneladas de açúcar, gerando também 1.300 megawatts de energia por ano.
A moagem total do setor nesta safra deve ser de 550 milhões de toneladas no centro-sul, com produção de 25,3 bilhões de litros de álcool e de 30 milhões de toneladas de açúcar.