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Mercado Externo

EUA confirma colheita de super-safra, mas rentabilidade preocupa agricultores

Pressão sobre os preços da soja e do milho deve aumentar nos próximos meses, principalmente após a entrada da safra sul-americana no mercado internacional  

EUA confirma colheita de super-safra, mas rentabilidade preocupa agricultores

 Expedição Safra faz um levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos da América do Sul à América do NorteCom produtividade acima da média no Corn Belt, o Cinturão do Milho dos Estados Unidos, e ajuda do clima, os norte-americanos estão prestes a concluir a colheita de uma super-safra. Mas enquanto os números de produção se mantêm em alta – soja e milho devem render quase 500 milhões de toneladas no ciclo 2016/17 –, os valores médios pagos por bushel estão abaixo do esperado pelos produtores do país. A tendência, segundo a Expedição Safra, é que a pressão sobre os preços se intensifique até o final da temporada, principalmente após a colheita na América do Sul.

O projeto, que faz um levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos no Brasil, na América do Sul e nos EUA, iniciou os roteiros de campo da 11ª temporada pelo Corn Belt. Em oito dias de viagem, a equipe percorreu 3 mil quilômetros e visitou cinco estados do cinturão produtivo de milho e soja do país – Iowa, Illinois, Indiana, Minnesota e Wisconsin – para verificar os investimentos em tecnologia e os resultados da colheita que se aproxima do fim. 

Produtor no estado do Minnesota, Mike Riley conseguiu colher 85 sacas de soja por hectare, desempenho 50% maior que a média nacional. No entanto, com a possibilidade de desvalorização no mercado, o aumento da produtividade não significa mais rentabilidade para o agricultor. “Vamos acabar ganhando o mesmo tanto por área”, ressalta. No caso do milho, a variação dos preços preocupa ainda mais os norte-americanos.

“As cotações não estão valorizadas a ponto de oferecer rentabilidade adequada ao produtor, mas não estão tão pressionadas para baixo como deveriam estar, pelo tamanho da oferta, graças à demanda forte”, avalia o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador do projeto, Giovani Ferreira. Segundo ele, a expectativa é que a dinâmica de preços se modifique a partir de fevereiro, quando a América do Sul começar a colher a safra de verão. “O mercado ainda não tem noção do tamanho da safra sul-americana, porque ainda está em fase de plantio. Ainda assim, é mais fácil ocorrer recuo do que aumento de preços”.