Desculpe-me caro leitor se poderia ter escolhido outro titulo para este artigo, poderia ser interrogação, indignação, falta de explicação enfim. . .
Confesso que tenho tentado atender os representantes da imprensa em geral da melhor forma possível, por serem indispensáveis na propagação das informações e por serem os meios de comunicação os grandes responsáveis pelo crescimento pessoal e de nossas entidades.
Há poucos dias (final de janeiro 2012) estava em viagem quando fui chamado por um importante meio de comunicação televisiva para falar sobre a abertura e as possibilidades reais de exportação de carne suína catarinense para os EUA. Como esta também é nossa missão- valorizar as ações e conquistas e com isso levar esperança ao setor – fui ao local combinado, atendi o veículo cuja matéria teve repercussão nacional.
Falo isso para chegar ao ponto real, o que efetivamente atinge o setor: reflexo ou resultado? O que efetivamente acontece economicamente após estes anúncios, e aí sim, emocionalmente na vida de cada participante ativo desta atividade. O valor pago ao produtor de Santa Catarina, por exemplo, cai R$ 0,10 na base agroindustrial e mais que isso no mercado paralelo. Reflexo da até então falsa expectativa? Não, realidade normal do mercado – ainda completamente dependente do consumidor brasileiro-, do mercado interno em pleno início de ano – fator histórico e natural nesta época do ano.
Confesso que tenho duvidas quanto aos objetivos destas noticias, desde que tivemos na Rússia e/ou no mercado externo nossa esperança de lucratividade e crescimento. Nunca mais nosso setor conseguiu dormir sossegado, todo o trabalho feito pelo Estado de SC – que deve ser enaltecido e seguido – não foi capaz de mudar este cenário de dificuldades e dependência. Cada vez mais acredito que o mercado interno, aliado aos trabalhos realizados de qualificação profissional dos envolvidos e na segurança alimentar dos produtos produzidos aliados à campanhas de marketing direcionadas às classes sociais da população onde efetivamente se concentram o consumo de carne suína está a grande e definitiva solução. É com este intuito e nesta direção que também trabalha o Instituto Nacional da Carne Suina.
Wolmir de Souza é precidente do Instituto Nacional da Carne Suína (Incs)